Congelar óvulos: Qual o melhor momento?
Nos últimos anos, a procura de mulheres por clínicas que realizam o procedimento de congelamento de óvulos aumentou bastante. Essa tendência se deve a uma série de motivos. A técnica é uma alternativa para as mulheres que desejam manter a fertilidade mesmo após uma certa idade.
Congelar os óvulos permite, por exemplo, que a mulher possa se dedicar à carreira, ter mais tempo para conhecer alguém especial que possa ser o pai do bebê e permite até que mulheres engravidem mesmo após tratamento oncológico que comprometa a reserva ovariana.
Apesar da popularização da ideia de congelar óvulos, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre o procedimento. A grande questão é: quando decidir pelo congelamento dos óvulos e por quê?
Neste artigo, traremos mais informações sobre este recorte específico da técnica. Procuraremos esclarecer suas principais dúvidas e orientá-la da melhor maneira possível. Vamos lá?
Qual o momento ideal para congelar óvulos?
Sabe-se que a fertilidade feminina – que inclui a quantidade e qualidade dos óvulos – sofre uma queda natural após os 35 anos de idade. Assim, a indicação médica é que a coleta dos óvulos e seu congelamento sejam feitos até os 35 anos já que, quanto mais jovem, maiores as chances de a mulher gerar óvulos viáveis para uma futura concepção. Isto não significa que o procedimento não possa ser feito após esta idade, mas deve-se ter em mente que a qualidade dos óvulos e a resposta ovariana (número de óvulos produzidos, portanto) vão diminuindo com o passar dos anos.
Em caso de câncer em mulheres na idade reprodutiva, o processo deve ser realizado o mais rápido possível antes do tratamento de quimioterapia e/ou radioterapia, já que eles podem comprometer a reserva ovariana.
Importante: de acordo com a Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, não é aconselhável congelar óvulos depois dos 43 anos.
Em quais situações o congelamento é indicado pelo médico?
Além das mulheres que estão próximas dos 35 anos de idade e que desejam adiar a maternidade, é recomendado congelar óvulos em algumas situações específicas, tais como:
- Casos em que a mulher passará por tratamento oncológico (quimioterapia/radioterapia), já que os tratamentos podem comprometer a fertilidade;
- Casos em que a família da mulher possui histórico de menopausa precoce, o que pode dificultar a concepção e a gestação no futuro;
- Casos em que a mulher está passando por outros tipos de tratamento duradouros com medicamentos contraindicados durante a gravidez.
Quais as chances de uma gravidez futura?
Optar pela técnica de congelamento dos óvulos não garante uma gravidez futura. Além de fatores como a idade da mulher no momento da coleta e a quantidade de óvulos coletados, uma gestação saudável ainda depende de outras condições, assim como qualquer gestação natural.
É interessante notar, porém, que as chances de uma gestação saudável não são reduzidas devido ao congelamento. A técnica denominada vitrificação congela os óvulos em segundos e permite que sejam preservadas as suas principais propriedades. A técnica ainda impede a formação de cristais nos óvulos que poderiam comprometer a qualidade da célula.
Os óvulos podem ficar congelados por muitos anos e é usual que fiquem armazenados por até 10 anos sem que haja prejuízo no tratamento. Mas, uma vez descongelado, o óvulo deve ser fecundado e transferido para o útero e aí o processo está sujeito aos riscos naturais das etapas seguintes.
Apesar do grande período de tempo que o óvulo pode ficar congelado, o Conselho Federal de Medicina limita a fertilização in vitro a mulheres com menos de 50 anos. Ou seja, a implantação do embrião no útero deve respeitar o limite de idade da mulher. Isso se deve aos riscos que gestações tardias podem trazer para a mãe e para o bebê.
Então, se você pretende apostar na técnica de congelar óvulos, fique atenta ao momento ideal para fazer o procedimento. Dessa forma, você aumenta as chances de uma gestação saudável e pode se programar com mais precisão.