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Endométrio e fertilidade

Endométrio: alterações podem afetar a fertilidade

O endométrio é o tecido que reveste a parede interna do útero. Sua espessura varia ao longo do ciclo menstrual a depende da concentração de determinados hormônios na corrente sanguínea.

O endométrio possui uma função especial na gestação já que é na parede do útero que ocorre a implantação do embrião, o primeiro passo rumo a uma gestação saudável. Entretanto, para que todo esse processo ocorra de forma natural, é essencial que não haja alterações no órgão.

Neste artigo, traremos mais informações sobre as “fases” do endométrio e as principais alterações que podem comprometer a fertilidade da mulher. Vamos lá?

As fases do endométrio

Como já mencionamos acima, a espessura do tecido endometrial varia ao longo do mês. Isso ocorre com todas as mulheres em idade reprodutiva e caracteriza as fases do ciclo menstrual. De forma simplificada, a ciência classifica três fases distintas. São elas:

1 – Fase Proliferativa

Após o último dia de menstruação, as paredes do útero estão totalmente “descamadas”, já que a própria menstruação é a liberação de fluidos provenientes da eliminação da camada superficial do endométrio. Nesta fase, os níveis de estrogênio começam a aumentar, fazendo com que as células do órgão se proliferem, aumentando sua espessura.  

2 – Fase Secretora

Aproximadamente na metade do ciclo, ocorre a ovulação, que é a liberação do óvulo pelo ovário. Com isso, tem início a produção de progesterona, o hormônio que prepara o órgão para receber o embrião. A progesterona estimula a secreção das glândulas do endométrio (fase secretora), tornando possível a implantação e nutrição do embrião nos primeiros dias do seu desenvolvimento.

3 – Fase Menstrual

Caso não ocorra implantação de um embrião, ocorre uma queda brusca na concentração dos hormônios (estrogênio e progesterona). Esta perda de sustentação hormonal faz com que o endométrio descame, o que provoca o rompimento de alguns vasos sanguíneos, com sangramento. A eliminação de sangue juntamente com o órgão descamado caracteriza a fase menstrual do ciclo (ou menstruação).  Alguns exames, como a ultrassonografia transvaginal e a histeroscopia, podem identificar as fases do endométrio e mostrar se há alguma alteração significativa nesse tecido.

Principais doenças que causam alterações no órgão

Em alguns casos, quando a mulher apresenta dificuldades para engravidar, o médico pode solicitar exames para avaliar o endométrio.  As alterações no órgão podem funcionais e transitórias, como em casos de desequilíbrio hormonal e infecções ou necessitarem de tratamento cirúrgico específico. As principais alterações encontradas são:

Pólipos 

Os pólipos são pequenos tumores (benignos na grande maioria dos casos) que surgem no endométrio e podem dificultar a implantação do embrião. Em geral, não causam nenhum sintoma específico e são identificados pela ultrassonografia transvaginal. Mais esporadicamente, podem causar sangramentos fora do período menstrual. O tratamento pode ser feito por meio da retirada cirúrgica do pólipo, especialmente se a mulher for jovem e quiser engravidar.

Mioma Uterino

São tumores benignos que surgem na parede muscular do útero. Alguns miomas se projetam para dentro da cavidade uterina e comprimem o endométrio. São então chamados de miomas submucosos. Além de poder provocar sangramentos intensos, principalmente no período menstrual, os miomas submucosos podem impedir a implantação do embrião e, portanto, dificultar a gravidez. Este tipo de mioma pode também dificultar o desenvolvimento do embrião já implantado, aumentando as chances de abortamentos.  Assim como para os pólipos, o tratamento é feito pela histeroscopia cirúrgica, com rápida recuperação.

Endométrio fino

Algumas mulheres apresentam endométrio com pouca espessura, que aparentemente não respondem ao efeito do estrogênio ao longo do ciclo menstrual. Sabe-se que a chance de um embrião implantar em um órgão fino é menor. Nestes casos, precisamos avaliar cuidadosamente a cavidade uterina por meio de um exame chamado histeroscopia. Em alguns casos, o endométrio fino pode ser decorrente de aderências entre as paredes uterinas, que podem então ser desfeitas. Há casos, no entanto, em que a causa do problema é desconhecida, havendo diferentes tipos de tratamentos que podem ser realizados com o objetivo de aumentar a espessura endometrial e aumentar as chances de gravidez.

Endometrite

O endométrio pode ser acometido por infecções bacterianas que provocam intensa reação inflamatória. Dependendo do tipo do agente infeccioso envolvido, o quadro clínico pode variar, desde a ausência total de sintomas até sangramento intermitente e aumento do fluxo menstrual, eventualmente até mesmo acompanhado de corrimento e/ou dor pélvica (quando a infecção acomete também as trompas). A inflamação pode dificultar a implantação embrionária, impedindo a gravidez. O diagnóstico é feito por culturas ou pela histeroscopia diagnóstica, sendo o tratamento realizado com antibióticos.

Alterações imunológicas

Existem também alterações endometriais cujo significado ainda não são totalmente compreendidas, como os desbalanços imunológicos, envolvendo a produção de mediadores inflamatórios e células do sistema imune, como as células NK. Os métodos de investigação e de tratamento deste tipo de alteração ainda não estão totalmente estabelecidos, mas existem estudos bem promissores nesta área.

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