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Coito programado: já ouviu falar?

O coito programado é um tratamento de baixa complexidade que utiliza medicamentos para induzir a ovulação na mulher, identificando o período fértil e aumentando assim as chances de engravidar.

A técnica foi criada na década de 60 e está disponível no Brasil desde a década de 70, sendo considerada um dos mais antigos métodos reprodutivos humanos.

Como é feito o coito programado?

Os medicamentos administrados desde o início do ciclo menstrual são usados para induzir o desenvolvimento dos folículos, que são as estruturas nas quais os óvulos se desenvolvem. Diferentes tipos de medicação são usados com este objetivo. Existem os administrados por via oral, como o citrato de clomifeno e o letrozol, e os injetáveis, como as gonadotrofinas, que agem diretamente nos folículos ovarianos. A dose do medicamento é individual e varia dependendo de fatores como idade, número de folículos ovarianos, peso e altura. Entenda mais sobre esse método para engravidar:

Estimulando a ovulação: um passo importante

O ideal seria estimular no máximo três folículos. Durante o uso de medicamentos, o crescimento folicular é monitorado por ultrassom em série e testes de dosagem hormonal. 

Assim que os folículos atingem um tamanho considerado adequado, é aplicada uma injeção subcutânea do hormônio hCG, que faz com que a ovulação ocorra entre 36 e 40 horas após. Nesse período, o casal deve ter relação sexual, e após 15 dias é possível fazer um teste de gravidez para ver se o método deu certo. 

Esse processo é demorado?

O tratamento com o medicamento dura em média 15 dias, com início no segundo ou terceiro dia do ciclo menstrual e término no dia da relação sexual planejada. Após 15 dias, a mulher já pode fazer o teste de gravidez. Se o resultado for negativo, o tratamento pode ser repetido no próximo ciclo menstrual e assim por diante.

Não existe uma regra de quanto tempo esse tratamento pode durar. Em geral, considera-se que ausência de gestação após seis tentativas representa falha do método e pode ser necessário modificar a técnica de tratamento.

Para quem está indicado?

O coito programado é indicado principalmente para casais que apresentam anovulação como causa da infertilidade.

Isso significa que a qualidade do sêmen deve ser boa, assim como as trompas não podem estar obstruídas. Além disso, este tipo de tratamento costuma ter maiores taxas de sucesso para casais com pouco tempo de infertilidade e mulheres jovens.

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Reversão da laqueadura: como é feita?

A reversão da laqueadura é um procedimento cirúrgico que visa a recuperação da fertilidade da mulher anteriormente submetida à laqueadura tubária (também conhecida como ligadura das trompas) como método de contracepção definitiva.

Entenda a reversão de laqueadura tubária:

As trompas são estruturas tubulares que captam o óvulo liberado pelo ovário na ovulação. É no interior da trompa que o espermatozoide encontra o óvulo, podendo fertilizá-lo. Na laqueadura, a trompa é seccionada (cortada), obstruindo assim o trajeto. 

Na reversão da laqueadura tubária, procura-se recanalizar as trompas, isto é, a cirurgia consiste em se tentar “emendar” os cotos seccionados, permitindo que o trajeto livre seja restabelecido.  

No entanto, em alguns casos, esta cirurgia não é possível. No procedimento de laqueadura em que a parte mais distal das trompas é removida (região das fímbrias, que entram em contato com os ovários) não existe possibilidade de reversão. Em outros casos, quando houve a retirada de um segmento grande da trompa, também pode ser anatomicamente impossível a reversão. Por este motivo, antes da cirurgia, indica-se a histerossalpingografia para se tentar obter informação sobre a técnica que foi realizada. A partir do resultado, discute-se a indicação e prognóstico da cirurgia. 

Como é feita?

A cirurgia de reversão de laqueadura tubária pode ser realizada por videolaparoscopia. Pequenas incisões são realizadas para o acesso da câmera e dos instrumentos.

Os canais serão ligados novamente com micro-suturas, pois o calibre da tuba é muito pequeno, medindo entre 3 e 5 milímetros de diâmetro. 

O teste da permeabilidade tubária é realizado no intraoperatório, injetando-se uma solução com azul de metileno pela cavidade uterina. Verifica-se, então, se este líquido extravasa pela porção final da trompa, o que indica que o trajeto foi restabelecido – pelo menos, temporariamente. Geralmente, a cirurgia dura de duas a quatro horas e deve sempre ser realizada por equipe experiente.

Gravidez após a reversão da laqueadura

Após 30 dias da reversão tubária, a fertilidade da mulher pode ser considerada. A possibilidade de gestação dependerá de vários outros fatores relacionados à fertilidade, tais como idade da mulher, qualidade do sêmen, reserva ovariana e da técnica utilizada para realizar a reversão. 

Em geral, as pacientes podem tentar engravidar por um período entre 6 e 12 meses. A probabilidade de a mulher engravidar novamente após a reversão é de 40%. Mulheres com menos de 35 anos, em média, têm 80% de chance de sucesso após o procedimento. É importante que as pacientes saibam que a cirurgia de reversão pode aumentar o risco de gestação ectópica tubária, ou seja, aquela na qual o embrião implanta na trompa (e não no útero). Em caso de insucesso da cirurgia de reversão ou mesmo impossibilidade de realizá-la por condições técnicas como as descritas acima, o tratamento indicado é a fertilização in vitro.

Congelamento de Óvulos

Sua Jornada

Congelamento de Óvulos


Você já passou dos 33 anos e deseja ter filhos? Ou essa ideia ainda está muito distante da sua realidade?

Talvez por não ter encontrado o parceiro certo para formar sua família, talvez porque a sua carreira esteja num ótimo momento e isso exige muito de você ou ainda por querer dedicar mais anos à vida acadêmica, você esteja adiando os planos de ser mãe.

Seja qual for a sua razão, você está aqui porque está querendo saber um pouco mais sobre congelamento de óvulos. O assunto requer uma discussão cuidadosa. A decisão de congelar ou não óvulos – e quando fazer isso – nem sempre é fácil.

Vamos então conversar sobre isso!

O que é o congelamento de óvulos?

Também conhecido como criopreservação de oócitos, o congelamento de óvulos envolve a coleta dos óvulos de uma mulher e seu congelamento para que ela possa tentar a gravidez, posteriormente, por meio de fertilização in vitro (FIV).

É uma forma de preservar a fertilidade da mulher para que ela possa formar uma família no futuro, quando as chances de concepção natural ou por Reprodução Assistida podem ser menores em função da idade, que afeta o potencial reprodutivo dos óvulos.

Bom lembrar que a mulher nasce com todos os óvulos que ela terá ao longo de toda a vida e, com o tempo, eles diminuem em número e em qualidade. Esse declínio explica por que uma mulher na faixa dos 40 anos tem apenas 5% de chance de engravidar a cada mês e seus óvulos têm uma chance maior de aneuploidia (alterações cromossômicas).

Além de preservar a fertilidade de mulheres que não estão em condições de engravidar imediatamente – congelamento eletivo ou social – , o procedimento também preserva a fertilidade de mulheres por razões médicas – congelamento por indicação médica e de urgência – como o tratamento do câncer.

Congelamento Eletivo ou Social

A preservação de fertilidade que acontece por opção da mulher, a preservação da fertilidade social ou eletiva, tem ganhado cada vez mais destaque nos últimos anos.

Congelamento por Razões Médicas

A preservação da fertilidade feita por indicação médica ou  de urgência. Os casos mais frequentes são de pacientes com câncer, que vão ser submetidas à quimioterapia e radioterapia, tratamentos que depletam de forma abrupta a reserva ovariana. Outro exemplo é o caso de paciente que vai fazer cirurgia para endometriose, principalmente se tiver endometriomas.

A reserva ovariana ou o relógio biológico feminino

Um dos conceitos mais importantes para entender a fertilidade da mulher é o da reserva ovariana. As mulheres já nascem com todos os óvulos que irão ter ao longo da vida. Um estoque que só vai se esgotando.

A mulher nasce com cerca de 1 a 2 milhões de óvulos. Na idade da menarca, a primeira menstruação da mulher, essa reserva já caiu para quase 400 mil, ou seja, mais da metade desse estoque já se foi sem nem mesmo a mulher ter tido a oportunidade de engravidar.

Aos 30 anos, resta apenas 12% dessa reserva, aos 35 anos, 5% e, aos 40 anos, apenas 3% restou. Quando há o esgotamento, temos a menopausa, em geral ao redor dos 50-51 anos.

O relógio biológico da mulher funciona assim, aceleradamente… Em cada ciclo menstrual, cerca de mil óvulos são perdidos para que apenas um seja ovulado. Esse consumo natural e fisiológico dos óvulos leva a uma queda constante da reserva ovariana.

Além da redução quantitativa da reserva ovariana, é importante saber que há também o aspecto qualitativo dessa reserva. A qualidade dos óvulos piora à medida que a mulher envelhece.

Sim, os óvulos envelhecem junto com a mulher. Esse processo se intensifica muito após os 35 anos. Uma mulher de 42 anos, por exemplo, pode ter uma boa quantidade de folículos nos seus ovários, mas esses óvulos serão de baixa qualidade.

E o que significa ser de baixa qualidade? Significa que possuem baixa capacidade de gerar bons embriões, embriões cromossomicamente, geneticamente normais, o que vai dificultar atingir gravidez e vai aumentar o risco de abortamento.

Sim, o abortamento aumenta com a idade. A chance de uma mulher de menos de 35 anos engravidar é de cerca de 25% por mês. Aos 40 anos, essa chance cai para 5% ao mês. Quanto ao abortamento, mulheres abaixo de 35 anos têm menos de 20% de chance de abortar. Aos 40 anos, esse número sobre para 40% e, aos 45 anos, para 80%.

Todas as mulheres deveriam ter acesso a essas informações no momento correto, que seria no início da vida reprodutiva. O planejamento reprodutivo deve ser encarado como essencial na vida da mulher. E o congelamento de óvulos deve ser considerado, caso a maternidade seja postergada.

Avaliação da reserva ovariana

Falar sobre congelamento de óvulos é falar sobre reserva ovariana. Toda mulher que considera fazer um tratamento de congelamento de óvulos deve ter sua reserva ovariana adequadamente avaliada.

Atualmente, temos duas principais ferramentas para avaliação da reserva ovariana do ponto de vista quantitativo: contagem de folículos antrais e hormônio antimulleriano.

A contagem de folículos antrais é uma ultrassonografia em que se avalia o número de folículos pequenos, folículos antrais, nos ovários, que são os folículos que começam a onda folicular daquele ciclo e que crescem na estimulação ovariana. Geralmente, essa contagem é feita nos primeiros dias do fluxo, nos primeiros cinco dias do ciclo menstrual.

O hormônio antimulleriano (o AMH) é a segunda ferramenta de grande valor para que possamos avaliar a reserva ovariana. Ele pode ser coletado em qualquer momento do ciclo menstrual, a qualquer hora do dia.

A avaliação da reserva ovariana é super importante para que se possa aconselhar a paciente com maior precisão quanto ao que ela pode esperar da sua jornada no tratamento de congelamento de óvulos: quantos óvulos esperar, meta de óvulos maduros a serem alcançados, número de ciclos esperados.

Razões para se indicar um FIV

As principais indicações da FIV hoje são:
  • 1
    Você está preocupada com o declínio da sua fertilidade, mas não está pronta para ter um filho agora ou não encontrou o parceiro certo – é o que chamamos de “congelamento eletivo de óvulos” ou “congelamento social de óvulos.
  • 2
    Você tem uma condição médica (endometriose, reserva ovariana diminuída ou histórico familiar, como a mãe com menopausa precoce) ou precisa de tratamento para uma condição médica que afetará sua fertilidade, como o câncer. A fertilidade pode ser preservada armazenando óvulos, embriões ou ambos.
  • 3
    Se você é um homem trans, você pode querer preservar sua fertilidade antes de iniciar a terapia hormonal ou de fazer uma cirurgia de redesignação sexual. Ambos os tratamentos podem levar à perda parcial ou total de sua fertilidade.
  • 4
    Por razões éticas ou religiosas, você não quer ter embriões excedentes congelados após o tratamento de fertilização.
  • 5
    Você e seu parceiro desejam ter mais um ou dois filhos no futuro.

Idade ideal para congelar os óvulos

Idade ideal para congelar os óvulos

Para a maioria das mulheres, a idade de 30 anos representa o pico da fertilidade. Embora os óvulos possam continuar a ser recuperados e congelados depois disso, a maioria dos especialistas em Reprodução Assistida não encoraja o congelamento de óvulos para mulheres na faixa dos 40 anos.

As expectativas são de que as taxas de gravidez com óvulos congelados dependam da idade da mulher no momento em que ela congela seus óvulos, mas não serão afetadas pela idade em que eles forem utilizados para fins de gravidez. Portanto, a chance de gravidez futura em mulheres com mais de 38 anos, no momento do congelamento, provavelmente será meno

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Entenda o processo de congelamento

Entenda o processo de congelamento
Todo o processo de congelamento de óvulos dura cerca de 15 dias. Se a reserva ovariana da paciente for baixa, pode ser necessário a realização de mais de um procedimento de coleta e congelamento. Contudo, de forma geral, para congelar os óvulos serão seguidas algumas etapas:
  • 1ª | Avaliação da reserva ovariana

    Engana-se quem pensa que o tratamento de congelamento de óvulos começa na estimulação dos ovários. O tratamento deve começar antes com uma boa avaliação do caso e indicação correta de protocolo e estratégia.

    Uma história clínica bem completa deve ser tirada, contemplando principalmente os antecedentes pessoais, ginecológicos, padrão do ciclo menstrual e fatores de risco para uma reserva diminuída, como cirurgias ovarianas anteriores, história de endometriose, uso de quimitoterápico prévio, história familiar de menopausa precoce.

    Um exame físico adequado e uma ultrassonografia para avaliação de útero e ovários são fundamentais. Exames geralmente são solicitados, incluindo perfil hormonal, sorologias, e exames de reserva ovariana.

    Sim, a avaliação da reserva ovariana é ponto crucial da consulta para o congelamento de óvulos.Atualmente, temos duas principais ferramentas para avaliação da reserva ovariana: a contagem de folículos antrais e o hormônio antimulleriano.

    A contagem de folículos antrais é uma ultrassonografia em que se avalia o número de folículos pequenos, folículos antrais, nos ovários, que são esses folículos que crescem com a estimulação ovariana.

    Geralmente essa contagem é feita nos primeiros cinco dias do ciclo menstrual. No primeiro ultrassom da primeira consulta já podemos fazer essa contagem. Se não for o momento oportuno do ciclo, agendamos outra consulta no fluxo para avaliação.

    O hormônio antimulleriano é a segunda ferramenta de grande valor para que possamos avaliar a reserva ovariana. Ele pode ser coletado em qualquer momento do ciclo menstrual, qualquer hora do dia. Se a paciente usar pílula anticoncepcional, idealmente após pelo menos 2-3 meses de suspensão.

    Resumindo, a indicação do congelamento de óvulos está totalmente atrelada à reserva ovariana, e a avaliação dessa reserva é essencial antes de se pensar em qualquer tratamento.

  • 2ª | Estimulação ovariana ou indução da ovulação

    A segunda etapa do tratamento de congelamento de óvulos é a estimulação ovariana, que se inicia geralmente nos primeiros quatro dias do fluxo menstrual. A mulher vai usar hormônios para estimular seus ovários para que eles desenvolvam múltiplos folículos, diferente do que acontece todo mês, em que apenas um cresce.

    A estimulação ovariana é feita por meio de medicamentos subcutâneos aplicados diariamente, associados ou não a medicamentos por via oral. Há diferentes protocolos na literatura, mas basicamente temos que usar nessa fase os medicamentos que fazem o crescimento dos folículos, o estímulo propriamente dito e outros que fazem o bloqueio da ovulação, ou seja, que impedem a ovulação.

    Vamos monitorando o crescimento desses folículos ovarianos por meio de ultrassonografias transvaginais (cerca de 2-3 nesse período de estímulo). Quando eles atingem o tamanho ideal, o que geralmente ocorre após 10-12 dias de estímulo, administramos um último medicamento para a maturação final dos óvulos e agendamos a aspiração folicular.

  • 3ª | Coleta dos óvulos ou aspiração folicular

    A aspiração ou captação folicular é um procedimento feito no centro cirúrgico do laboratório de embriologia, onde a paciente recebeu uma sedação, uma anestesia geral leve.

    A aspiração trata-se de um procedimento relativamente simples. Em geral, em menos de 20 minutos a aspiração folicular já terminou.

    É feito um ultrassom, igual àquele realizado em consulta, mas acoplamos ao probe um guia e uma agulha comprida, que vai perfurar o fundo de saco vaginal e chegar nos ovários. Lá, cada bolinha preta é aspirada.

    Essa agulha é acoplada a um sistema de sucção, e conforme o folículo é perfurado, o líquido intrafolicular é sugado e o óvulo é carregado junto com esse líquido. Esse líquido vai sendo coletado em tubos e entregue ao embriologista, que vai ali mesmo contar e ver quantos foram recuperados ou aspirados.

  • 4ª | Congelamento dos óvulos maduros

    Os óvulos são extraídos dos folículos em laboratório, aproximadamente duas horas após a coleta. Em seguida, os embriologistas limpam as células ao redor dos óvulos e os congelam pela técnica de vitrificação, técnica de congelamento rápido. Então, eles são levados em tanques de nitrogênio líquido e lá podem permanecer por anos.

  • 5ª | Manutenção do material congelado

    Os óvulos são criopreservados em nitrogênio líquido por tempo indeterminado até que você decida usá-los. A boa notícia é que eles terão a mesma idade que você tinha quando os congelou. No futuro, se você precisar deles, poderá usá-los com o auxílio da fertilização in vitro.

Efeitos colaterais

Embora os efeitos colaterais sejam comuns, eles geralmente não são graves e são resultado da elevação natural dos níveis hormonais que ocorre com a estimulação dos ovários. Estes podem incluir:
  • Mudanças de humor;
  • Ondas de calor;
  • Dores de cabeça;
  • Náuseas.
Após o procedimento de captação de óvulos, algumas mulheres podem ter:
  • Inchaço;
  • Cólica;
  • Dor em grau moderado.

Número de óvulos congelados

O número ideal de óvulos a ser congelado está relacionado ao planejamento reprodutivo da mulher. Se ela deseja ter um, dois ou mais filhos.

Cada mulher deve ser avaliada, principalmente em relação à sua reserva ovariana, para planejar quantos folículos e quantos óvulos podem ser desenvolvidos durante a estimulação ovariana, permitindo o congelamento de um número adequado para cada paciente.

Evidentemente,quanto mais óvulos congelados, maiores são as chances de gravidez no futuro.

Como utilizar o material criopreservado

Quando você estiver pronta para usar os óvulos congelados, ou seja, quando você decidir engravidar, os óvulos criopreservados serão colocados em solução de aquecimento e avaliados.
A seguir, passarão pelo processo habitual da fertilização in vitro. Serão fertilizados e os embriões resultantes ficarão em cultura até que estejam prontos para serem transferidos para o útero, o que normalmente ocorre em 3-5 dias após a fertilização.

Riscos do congelamento

Os riscos do procedimento, de maneira geral, são muito baixos.
São semelhantes aos associados à estimulação ovariana para a fertilização in vitro, o que inclui pequenos riscos da Síndrome de Hiperestimulação Ovariana, infecção e sangramento relacionados ao procedimento de coleta de óvulos.

Tempo de armazenamento

Armazenar os óvulos por períodos mais longos não parece ter efeitos negativos.
No entanto, deve-se lembrar que a idade materna avançada ao engravidar está associada a maiores riscos de complicações na gravidez, como hipertensão, diabetes, parto prematuro e necessidade de indicação de cesárea como via de parto.

Chances de ter um bebê

Nenhum procedimento – congelar seus óvulos ou embriões – garante uma gravidez futura. As taxas de gravidez clínica são estimadas entre 4-12% por óvulo.

O congelamento de óvulos é um procedimento relativamente novo, serão necessários mais dados para se ter uma ideia melhor das suas taxas de sucesso.

Até agora, já sabemos que dois fatores são essenciais na determinação da probabilidade de um bebê nascido vivo: a idade da mulher no momento do congelamento e o número de óvulos que ela congelou.

Saúde dos bebês

Até o momento, o maior estudo publicado com mais de 900 bebês oriundos de óvulos congelados não mostrou aumento na taxa de defeitos congênitos quando comparado à população em geral.

Além disso, os resultados do estudo não mostraram taxas aumentadas de defeitos cromossômicos entre embriões derivados de óvulos congelados em comparação com embriões derivados de óvulos frescos.

Em 2014, um outro estudo mostrou que as complicações na gravidez não aumentaram após o congelamento de óvulos.

Temos registros de mais de 300.000 crianças em todo o mundo que nasceram de embriões congelados sem aumento de defeitos congênitos.

Embora esses dados sejam tranquilizadores, serão necessários muitos anos de acompanhamento para garantir que os bebês nascidos da tecnologia de congelamento de óvulos não tenham taxas mais altas de defeitos congênitos do que os concebidos por outros meios.

Dúvidas sobre congelamento de óvulos

  • Se eu não quiser utilizar meus óvulos. O que acontece com eles?

    Congelar óvulos não significa necessariamente uma gestação no futuro. Pode ser que você engravide de forma espontânea no meio do caminho ou que no fim das contas você escolha não engravidar. Mas e então, qual o destino possível dos óvulos congelados? Os caminhos a seguir podem ser: • Manter o excedente congelado indefinidamente. Paga-se a taxa de manutenção desses óvulos anualmente; • Descartar os óvulos. Não há problema nenhum em fazer isso, lembre-se que esse é um processo natural que seu corpo realiza todos os meses; • Doar o material para pessoas que querem fazer uma fertilização in vitro, mas não têm mais óvulos de qualidade para engravidar. Esse procedimento é chamado de ovodoação e existem algumas limitações para essa escolha, nem todas as pacientes podem doar.
  • É melhor congelar óvulos ou embriões?

    Não existe resposta certa ou errada aqui. A mulher deve tomar esta decisão sobre a preservação da sua fertilidade contando com apoio do especialista em Reprodução Assistida e levando em conta os seus objetivos de vida.

    O congelamento de óvulos é mais interessante para mulheres que não têm parceiro e desejam postergar a gestação, aumentando a chance de engravidar no futuro, seja com um futuro parceiro ou optando por uma maternidade solo.

    Já o congelamento de embriões é indicado para mulheres em relacionamento estável que precisam adiar a gestação por alguma razão. Uma questão que não deve ser ignorada no congelamento de embriões é que eles pertencem ao casal e, havendo separação no futuro, ou falecimento de um dos cônjuges, será necessário consentimento por escrito e formal para uso do material genético.

  • Tenho óvulos congelados. Até quando posso adiar a formação da minha família?

    Por tudo o que falamos até aqui, você já sabe que óvulos congelados não são garantia de um bebê no futuro.

    Orientamos sempre que a mulher que deseja ser mãe deve começar a tentar conceber assim que ela se sentir “pronta”.

    Pois, além de pensar nas taxas de sucesso do uso de óvulos congelados, a mulher também deve entender os potenciais riscos médicos e as preocupações psicossociais de uma maternidade tardia.

  • Será que o congelamento pode comprometer minha reserva ovariana?

    Não há nenhum impacto negativo do congelamento de óvulos nas chances de gravidez no futuro, nem na reserva ovariana.

    A segunda etapa do tratamento de congelamento de óvulos é a estimulação ovariana, que consiste na otimização do pool de folículos.

    Ou seja, aspiramos os óvulos dos folículos que iriam se degenerar naquele mês se não tivessem sido estimulados, afinal, só um cresceria, e todos os outros se degenerariam.

    Ficou claro então que o tratamento não compromete a reserva de forma alguma?

    Ele só impacta na onda que já iria se degenerar, ou seja, seria descartada pelo organismo, naquele ciclo.

  • O congelamento de óvulos é diferente da fertilização in vitro (FIV)?

    A  fertilização in vitro (a FIV) e o congelamento de óvulos são tratamentos diferentes. As fases de estimulação ovariana e aspiração folicular são praticamente as mesmas para o congelamento de óvulos e a FIV. A diferença acontece após a aspiração e obtenção dos óvulos. Enquanto no primeiro esses óvulos são vitrificados poucas horas após a coleta (técnica de congelamento rápido) e o processo termina, na FIV esse processo continua. Os óvulos são fertilizados em laboratório pelos espermatozoides, embriões são formados e evoluem em incubadora por até 6 dias para a transferência imediata ou para congelamento e uso posterior. Com o congelamento de óvulos, você termina o processo após a captação do óvulo, não há a formação de um embrião nesse momento, porque o objetivo é simplesmente preservar seus óvulos não fertilizados para o futuro. Essa etapa da  fertilização in vitro  vai acontecer no futuro, quando você quiser engravidar.

  • Preciso parar de tomar a pílula para congelar meus óvulos?

    Sim, você precisará parar de tomar o anticoncepcional hormonal durante o período de estimulação ovariana.

    Geralmente pedimos que, se possível, esses anticoncepcionais sejam suspensos um ou dois meses antes da estimulação ovariana.

    Feita a aspiração, no ciclo seguinte, a anticoncepcional já pode ser retomado.

  • Preciso tirar o DIU para congelar meus óvulos?

    Os DIUs podem permanecer no lugar onde estão durante todo o processo de congelamento dos óvulos. Isso vale para o DIU não hormonal (cobre/prata) e também para o DIU hormonal (Mirena/Kyleena).

    E como a captação dos óvulos é feita por meio de uma agulha que atravessa a parede da vagina e atinge apenas os ovários, não há chance de o DIU atrapalhar.

    Mas e se você está com um DIU hormonal (Mirena) que te levou à amenorreia, ou seja, você não menstrua mais? Não tem problema algum.

    Fazemos acompanhamento com ultrassonografia transvaginal para contar os folículos e iniciar estímulo ovariano no momento oportuno, com uma corte de folículos homogênea e em bom número.

  • Preciso de mais de um ciclo de congelamento de óvulos para preservar minha fertilidade?

    O número de ciclos que você vai fazer depende da sua reserva ovariana e de quanto de chance de ter bebê no futuro você quer atingir.

    Em geral, se você é mais jovem, sua reserva ovariana vai estar mais preservada do ponto de vista quantitativo e qualitativo, ou seja, em uma primeira coleta você pode conseguir um bom número de óvulos que, por sua vez, são de boa qualidade por causa da sua idade, e é possível que com uma coleta você se sinta confortável com o número de óvulos final.

    Na maioria das vezes, mulheres mais jovens, menos de 35 anos, atingirão seu objetivo de congelamento de óvulos em apenas uma tentativa, enquanto as mulheres mais velhas provavelmente precisarão realizar mais de um ciclo de congelamento de óvulos para atingir seu objetivo, já que elas conseguirão em um único ciclo um número menor de óvulos, que ainda terão qualidade mais comprometida.

  • Onde os óvulos ficam congelados?

    Os óvulos ficam armazenados no laboratório de embriologia onde a aspiração aconteceu.

    Após a coleta dos óvulos e análise de maturidade deles, os maduros são vitrificados (uma técnica de congelamento rápido) e são inseridos dentro de palhetas, uma instrumento que têm a forma de canudo.

    Essas palhetas são inseridas dentro de tanques de nitrogênio e lá ficam por período indeterminado.

  • Quando minha menstruação retornará após a captação dos óvulos?

    Geralmente a menstruação vem antes do esperado, e vai depender da medicação final para maturação dos óvulos, o trigger.

    Se realizado o trigger com uma classe de medicação chamada agonista do GnRH, geralmente a menstruação vem em uns 5 dias após a coleta dos óvulos, ou seja, bem antes do esperado para o fluxo normal.

    Já, se foi feito o hCG, essa menstruação pode vir um pouco depois, uns 10 dias após a coleta, mas mesmo assim ainda antes do esperado.

    Importante dizer que os ciclos seguintes já costumam vir com a regularidade normal.

Informação é o que deve ser fornecido para todas as mulheres que perguntam sobre o congelamento de óvulos, independentemente da orientação sexual, idade ou relacionamento. É hora de agendar uma consulta para trabalhar junto com o especialista em Reprodução Assistida.

Famílias LGBTQIAPN+

Sua Jornada

Famílias LGBTQIAPN+


Uma família pode ser formada de muitas maneiras. O caminho para a parentalidade não é único.

Talvez nunca tenha passado pela sua cabeça aumentar a família adotando uma criança ou com o emprego de um banco de sêmen, de óvulos, de embriões ou via útero de substituição. Mas com um pouco mais de informação, estas podem ser opções para você. Quais são as possibilidades para aumentar a sua família LGBTQIAPN+? O que funciona melhor para você? Há opções a serem consideradas!

Vamos começar fazendo uma diferenciação importante entre parentalidade e capacidade reprodutiva, pois quando falamos dos desafios para formar famílias LGBTQIAPN+, esses termos muitas vezes se confundem.

A parentalidade LGBTQIAPN+ refere-se a pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros que criam um ou mais filhos – naturais ou adotados – como pais. Isso inclui: crianças criadas por casais do mesmo sexo (casais homoafetivos), crianças criadas por pais LGBTQIAPN+ solteiros e crianças criadas por um casal em que pelo menos um dos parceiros é LGBTQIAPN+. Já a reprodução LGBTQIAPN+ refere-se a pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros que têm filhos biológicos com o emprego das tecnologias de reprodução assistida. É diferente da parentalidade, que é um fenômeno cultural mais amplo, que inclui a adoção.

Como o especialista em reprodução assistida pode ajudar

O planejamento reprodutivo de pessoas LGBTQIAPN+ precisa levar em conta as diversas possibilidades de uniões conjugais, que apresentam potencial de fertilidade distintos. O raciocínio empregado neste planejamento visa a responder estas 3 perguntas fundamentais:
  • Quais órgãos reprodutores e gametas existem?

    1.

    Sabemos que as pessoas envolvidas, sejam cis, trans, não-binárias, podem ter os mesmos ou diferentes órgãos reprodutores ou gametas. Às vezes, para que a gravidez seja possível, é necessária a utilização de gametas doados ou mesmo a participação de uma outra pessoa, com útero, para gerar a criança.
  • Quais são as formas de relacionamento sexual entre as pessoas envolvidas?

    2.

    Ainda que existam os dois tipos de gametas, precisamos saber se as práticas sexuais podem permitir o encontro do óvulo com o espermatozoide dentro do sistema reprodutor da pessoa com útero.
  • Existe a possibilidade e o desejo de gestar a criança por uma das pessoas envolvidas?

    3.

    Não é a simples existência de um útero que define quem vai engravidar. Precisamos entender se existe o desejo de gestar.

FONTE: Informações originalmente publicadas no site do Dr. Sergio Gonçalves

Fica claro, portanto, que a jornada reprodutiva LGBTQIAPN+ deve ser particularizada de acordo com as características das pessoas envolvidas. Abaixo, reunimos alguns exemplos, para ilustrar a nossa conversa, sem a pretensão de esgotar todas as possibilidades. Confira!

Casais homoafetivos masculinos cisgênero

Casais homoafetivos masculinos cisgênero

É muito comum que casais homoafetivos masculinos optem pela fertilização in vitro combinada ao útero de substituição. Isso porque essa dobradinha oferece-lhes a oportunidade de ter um vínculo genético com o filho.

O processo já está bem definido: os futuros pais passam pela fertilização in vitro (FIV) com óvulos doados, sendo os espermatozoides obtidos a partir de um dos membros do casal em cada ciclo de tratamento. Após a formação do embrião, ele é transferido para o útero da mulher que gerará o bebê, o útero de substituição (também conhecido como cessão temporária de útero).

O aconselhamento pré-tratamento antes da adoção do óvulo deve incluir não apenas uma discussão detalhada dos aspectos do procedimento, riscos e probabilidades de sucesso, mas também uma exploração dos aspectos psicológicos e sociais da reprodução humana assistida feita com o material genético doado, assim como acontece em tratamentos de fertilização com sêmen ou mesmo embriões doados.

Casais homoafetivos femininos cisgênero

Casais homoafetivos femininos cisgênero

Semelhante ao procedimento padrão de fertilização in vitro (FIV), a fertilização in vitro recíproca é uma opção de Reprodução Assistida para casais homoafetivos femininos e homens trans com órgãos reprodutores funcionais.

Semelhante ao procedimento padrão de fertilização in vitro (FIV), a fertilização in vitro recíproca é uma opção de Reprodução Assistida para casais homoafetivos femininos e homens trans com órgãos reprodutores funcionais.

A fertilização in vitro recíproca também é comumente chamada de método ROPA (Reception of Oocytes from Partner), tecnologia que permite que um casal de mulheres opte pela maternidade compartilhada, em que uma fornece o óvulo e a outra engravida.

O primeiro passo costuma ser a decisão sobre quem fornecerá o óvulo e quem engravidará (lembrando que a gestação compartilhada não é uma necessidade; alguns casais optam por obter a gestação a partir de óvulo e gravidez da mesma parceira).

A seguir, vem a seleção do doador de sêmen, geralmente a partir de um banco de sêmen. Para recorrer a este tratamento, é muito importante que o casal esteja psicologicamente pronto para empregar o sêmen de um doador. É crucial que ambas as parceiras se sintam à vontade com a decisão e que todos os medos e dúvidas sejam discutidos abertamente.

Após a adoção do sêmen, uma das parceiras, que será a provedora de óvulos , passará por um ciclo de estimulação ovariana e consequente captação de óvulos. Os óvulos serão fertilizados com o espermatozoide do doador, como numa FIV comum.

Uma vez que um embrião estiver formado, será transferido para o útero da outra parceira, que gestará o bebê, permitindo que ambas tenham uma experiência ativa na construção da família.

Mulheres Trans

Mulheres Trans

Mulheres trans também podem querem ter filhos. Algumas podem tentar tê-los empregando o próprio espermatozoide, uma doadora de óvulos e um útero de substituição.

Já mulheres trans que desejam conceber com um parceiro biológico masculino passarão por procedimentos de Reprodução Assistida equivalentes àqueles indicados para casais homoafetivos cisgêneros.

Como a fertilidade da mulher trans pode ser inibida de várias maneiras devido à terapia hormonal feminilizante, que pode afetar seriamente a produção de espermatozoides (de forma temporária ou definitiva), é importante que mulheres trans com desejo reprodutivo busquem orientação de um especialista em Reprodução Assistida antes de iniciar o tratamento de hormonização.

Homens Trans

Homens Trans

A gravidez é possível para homens trans que têm vagina, ovários e útero com funções preservadas. Importante destacar que a terapia com testosterona pode afetar a fertilidade, mas ela pode ser recuperada cerca de 3 a 6 meses após o fim do uso do hormônio.

Muitos homens gays transgêneros optam por congelar seus óvulos antes da hormonização e, quando não há desejo de gestar, optam pelo útero de substituição, usando seus óvulos e os espermatozoides de seu parceiro cis.

Dúvidas frequentes

  • Um casal homoafetivo pode fazer o registro do seu bebê?

    Para o registro e a emissão da certidão de nascimento é necessário apresentar os seguintes documentos:

    • Declaração de Nascido Vivo (DNV), emitida pelo hospital;
    • Declaração da clínica em que foi realizada a reprodução assistida;
    • Certidão de casamento ou escritura da união estável do casal.

    Só a partir de 2016 a emissão de certidão de nascimento de crianças concebidas por técnicas de reprodução assistida foi regulamentada pela Corregedoria Nacional de Justiça, por meio do provimento 52.

    No ano seguinte, algumas dificuldades enfrentadas pelas famílias homoafetivas foram sanadas pelo provimento 63, vigente até hoje.

    Hoje, sendo cumprida a parte documental estabelecida, é possível solicitar e registrar as crianças diretamente no cartório, sem precisar acionar a justiça.

    Nos casos de gestação realizada por meio da cessão temporária de útero, não consta no registro o nome da parturiente, mas deve ser apresentado o termo de compromisso firmado por ela.

  • É possível ter o nome de dois pais ou de duas mães na certidão de nascimento do bebê?

    Primeiro é importante dizer que não há nada de errado em ter dois pais ou duas mães, o que deve prevalecer é sempre o afeto, o respeito, a proteção e o cuidado que caracterizam uma família.

    Depois, o Supremo Tribunal Federal (STF) assegura esse direito às famílias, permitindo que o(a) filho(a) tenha mais de um pai ou mãe, desde que fiquem comprovados laços afetivos.

    O reconhecimento de pais socioafetivos consagra o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.

    E por fim, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que o reconhecimento de mãe ou pai socioafetivo pode ser feito no cartório, sem ação judicial para reconhecimento da multiparentalidade.

    Lembrando que o CNJ só autorizou o reconhecimento de até duas mães ou de dois pais. Um trisal, por exemplo, teria que pleitear na justiça o direito de registrar o bebê com o nome de três pais ou três mães.

  • Quais as regras que regem o emprego da barriga solidária no Brasil?

    No Brasil, as regras para a gestação de substituição, ou barriga solidária, estão descritas na Resolução Nº2.320 de 20 de Setembro de 2022 do Conselho Federal de Medicina. Ela detalha que:

    A cedente temporária do útero deve:

    • Ter ao menos um filho vivo;
    • Pertencer à família de um dos parceiros em parentesco consanguíneo até o quarto grau (primeiro grau: pais e filhos; segundo grau: avós e irmãos; terceiro grau: tios e sobrinhos; quarto grau: primos);
    • Caso não seja familiar até o quarto grau, deverá ser solicitada autorização do Conselho Regional de Medicina (CRM).

    Nas clínicas de reprodução assistida, os seguintes documentos devem constar no prontuário da paciente, segundo o CFM:

    • Termo de consentimento livre e esclarecido assinado pelos pacientes e pela cedente temporária do útero, contemplando aspectos biopsicossociais e riscos envolvidos no ciclo gravídico-puerperal, bem como aspectos legais da filiação;
    • Relatório médico atestando a adequação da saúde física e mental de todos os envolvidos;
    • Termo de Compromisso entre o(s) paciente(s) e a cedente temporária do útero que receberá o embrião em seu útero, estabelecendo claramente a questão da filiação da criança;
    • Compromisso, por parte do(s) paciente(s) contratante(s) de serviços de reprodução assistida, públicos ou privados, com tratamento e acompanhamento médico, inclusive por equipes multidisciplinares, se necessário, à mulher que ceder temporariamente o útero, até o puerpério;
    • Compromisso do registro civil da criança pelos pacientes, devendo essa documentação ser providenciada durante a gravidez;
    • Aprovação do(a) cônjuge ou companheiro(a), apresentada por escrito, se a cedente temporária do útero for casada ou viver em união estável.
  • O que é a gestação compartilhada?

    O método ROPA é um procedimento de reprodução assistida que atribui papel ativo às duas mulheres que compõem o casal.

    Uma parceira será a fonte dos óvulos. O bebê terá a carga genética dela. A outra parceira será a receptora do embrião, dará a luz ao bebê.

    A indicação do método ocorre em dois casos:

    • Quando as duas mulheres desejam compartilhar o processo de gravidez, tendo papéis ativos na geração da vida da criança;
    • E por recomendação médica, por reserva ovariana muito comprometida ou baixo potencial reprodutivo dos óvulos em função da idade.

    O método ROPA deve ser feito obrigatoriamente por fertilização in vitro, havendo necessidade também de um doador de sêmen, que pode ser selecionado num banco de doadores anônimos ou obtido de parente em até 4º grau da pessoa que irá gerar o bebê em seu útero.

    Importante dizer aqui, que desde 2018, os campos de “pai” e “mãe” nas certidões de nascimento foram trocados apenas por “filiação”. Isso tornou mais fácil o processo para os casais homoafetivos registrarem seus filhos.

    Assim, um bebê gerado pelo Método ROPA pode ter o nome das duas mães na certidão de nascimento.

  • Qualquer pessoa LGBTQIAPN+ pode formar uma família?

    Desde que ela queira, sim. Ao discutir abertamente as opções de tratamento em reprodução assistida, é possível ajudar a desmistificar alguns fatos e tabus em torno do assunto.

    Isso pode tornar mais fácil para as pessoas LGBTQIAPN+ buscarem ajuda e apoio, sem se sentirem envergonhadas ou julgadas.

    No final das contas, é importante lembrar que todas as pessoas têm o direito de realizar o sonho de formar uma família, em todas as circunstâncias.

    Como especialistas em reprodução assistida, nosso papel é oferecer informações e apoio para ajudar as pessoas a alcançarem esse objetivo da maneira mais segura e eficaz possível.

  • O Conselho Federal de Medicina autoriza tratamentos de reprodução assistida em pessoas LGBTQIAPN+?

    Ainda que as técnicas de reprodução assistida sejam mais conhecidas para tratamentos de problemas de fertilidade, elas também são importantes para que casais homoafetivos possam engravidar.

    No Brasil, desde que a união homoafetiva foi reconhecida e qualificada como entidade familiar em 2011, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o Conselho Federal de Medina (CFM) vem ampliando a utilização das técnicas de reprodução assistida.

    Além de casais homoafetivos, elas também se tornaram extensivas a pessoas solteiras que desejam engravidar, independentemente de problemas de fertilidade.

  • Sou uma pessoa trans com ovários, quero iniciar terapia hormonal, mas penso em ter filhos biológicos no futuro. Congelo?

    Congelar óvulos é uma questão de escolha. Você precisa ter acesso a informações apropriadas para decidir.

    A terapia hormonal com testosterona bloqueia o ciclo menstrual quase imediatamente, o que, a longo prazo, pode levar à falência completa dos ovários e ao comprometimento definitivo da fertilidade.

    Congelar os óvulos abre a possibilidade de ter filhos biológicos no futuro, com o desenvolvimento da gestação no próprio útero ou no de outra pessoa (útero de substituição).

    Essa decisão é só sua e deve ser tomada após você ter informações claras e objetivas.

  • Quando o casal é formado por homem transgênero e uma mulher cisgênero, é possível gerar um bebê?

    O tratamento de Reprodução Assistida avalia individualmente cada paciente, levando em consideração as possibilidades biológicas e o desejo dos envolvidos, de forma a respeitar ao máximo a vivência de cada um.

    Esta preocupação em discutir as opções de tratamento e dar visibilidade a outras formas de família é o que possibilita que cada vez mais as pessoas tenham acesso e possam atingir o sonho da maternidade e/ou paternidade sem julgamentos da sociedade.

    Quando o casal é formado por homem transgênero e uma mulher cisgênero, o tratamento de reprodução assistida é equivalente ao de um casal cisgênero homoafetivo feminino.

    Nesse caso, deve-se decidir a partir de quem os óvulos serão obtidos e quem irá engravidar, havendo a possibilidade de gestação compartilhada. 

  • Como o homem transgênero pode formar uma família?

    Homens transgênero, em geral, podem engravidar pois possuem ovários e útero como órgãos genitais internos.

    Caso desejem engravidar em algum momento da vida, costuma-se recomendar o congelamento de óvulos antes do início do tratamento de hormonização.

    Isto porque o uso de hormônios androgênios impossibilita o acompanhamento adequado da função e da reserva ovariana ao longo dos anos e uma eventual queda precoce da fertilidade pode passar despercebida.

    Ainda assim, sabe-se que função ovariana, quando não comprometida, costuma se reestabelecer após a suspensão da hormonização.

    Em homens trans que não congelaram previamente seus óvulos, orienta-se a suspensão dos hormônios 3 meses antes do início do tratamento de Reprodução Assistida.

  • Como a mulher transgênero pode formar uma família?

    Mulheres transgênero também podem ter filhos biológicos, porém não há a possibilidade de gestar o bebê.

    Com o auxílio da Reprodução Assistida, seja pela coleta de espermatozoides para inseminação intrauterina ou  com o emprego da fertilização in vitro (FIV), é possível que ocorra uma gravidez, sendo necessário útero de substituição para gerar o bebê, caso não faça parte do casal uma pessoa com útero que possa e deseje engravidar.

    É sempre importante conversar com o especialista em Reprodução Assistida para encontrar o melhor caminho em cada caso.

Estamos aqui para tirar as suas dúvidas sobre a formação das famílias LGBTQIAPN+ . Nesta jornada, qualquer pessoa que almeje e lute para formar a sua família é bem-vinda aqui na Venvitre. É hora de agendar uma consulta para trabalhar junto com o especialista em Reprodução Assistida.

Produção Independente

Sua Jornada

Produção Independente


Pesquisa recente do Datafolha aponta que 7 em cada 10 mulheres são mães no Brasil e que mais da metade desse contingente é solo.  O retrato exato da maternidade no Brasil é  composto por mães  solo, viúvas ou divorciadas (55% do total), enquanto 45% vivem com um companheiro ou companheira.

Os dados fazem parte de uma pesquisa do Datafolha, que apontou também que 69% das mulheres têm ao menos um filho e que a idade média de todas as mães do país é de 43 anos.

Um dos achados mais interessantes da pesquisa é a relação entre maternidade e educação. O estudo mostra que a probabilidade de uma mulher sem filhos ter estudado até o ensino superior é 112% maior do que na fatia de mães de crianças pequenas.

Portanto, se você está pensando em engravidar e ter um filho solo, saiba que muitas mulheres compartilham histórias semelhantes: criar, educar e participar da vida de um filho sozinha.

E a  gravidez monoparental não é somente um desejo feminino. Muitos homens solteiros desejam ter suas próprias famílias, embora hesitem devido às construções familiares tradicionais.

A gravidez monoparental

A gravidez monoparental , também conhecida como “produção independente” refere-se à gestação de uma criança com apenas um dos genitores, seja a mãe ou o pai.

Evidentemente, este tipo de gravidez requer o auxílio de técnicas de reprodução assistida, envolvendo a utilização de gametas doados (óvulos ou espermatozoides). Vamos conhecer as opções para a formação dessa família!

Mãe solo por opção

A maternidade solo por opção é uma opção empoderada para a construção de uma família, pois a mulher tem controle total sobre seus planos de reprodução e de construção de família.
  • Banco de Sêmen

    Banco de Sêmen

    Mais comumente, as mulheres recorrem primeiro aos bancos de sêmen, que são úteis porque as mulheres podem escolher doadores de sêmen com base em características genéticas, aparência física, etnia, histórico educacional, histórico familiar, perfis de personalidade e hobbies.

    Escolher um doador de sêmen é uma decisão muito pessoal. Deve levar em conta características físicas. Alguns bancos de sêmen trazem informações adicionais como hobbies, aptidões e profissão.

    O objetivo principal é ter um bebê saudável, portanto, a compatibilidade genética com o doador pode ser realizada. Uma triagem genética entre a mãe e o potencial doador de sêmen pode ser feita para garantir que não existam condições genéticas recessivas que podem levar ao desenvolvimento de doenças no bebê.

    Depois de escolher o banco de sêmen, é importante considerar qual o tratamento de fertilidade é o mais adequado. Para entender melhor qual caminho seguir, converse com o especialista em Reprodução Assistida sobre o tamanho da família que você deseja formar.

    As duas principais opções de tratamento são a inseminação intrauterina (IIU) e a fertilização in vitro (FIV). Na IIU, o sêmen do doador é colocado diretamente no útero na época da ovulação, quando as chances de concepção são maiores.

    Mas dependendo da idade da mulher e de outros fatores de infertilidade existentes, a fertilização in vitro pode ser o melhor tratamento. Assim, primeiro acontece a estimulação dos ovários, em seguida a coleta dos óvulos, que são fertilizados com a amostra do banco de sêmen no laboratório, onde os embriões fertilizados são cultivados em incubadoras especializadas.

    Após cerca de 5 a 7 dias, os embriões de maior qualidade podem ser biopsiados e testados quanto a anormalidades cromossômicas. Essa decisão deverá ser discutida com o especialista em Reprodução Assistida.

  • Ovodoação

    Ovodoação

    Existem muitas razões pelas quais uma doadora de óvulos pode ser necessária para que a gravidez seja alcançada. As razões mais comuns são a idade da mulher, baixa reserva ovariana e falência ovariana prematura. Embora essas questões possam adicionar desafios adicionais, elas não impedirão que uma mulher se torne mãe.

    A mulher pode optar por adotar óvulos, se esta for a recomendação do especialista em Reprodução Assistida. A doação pode ser feita de forma anônima, entre parentes de até 4° grau, ou a mulher pode ainda optar por um banco de óvulos para um ciclo de fertilização in vitro, o que irá produzir uma maior taxa de sucesso.

    Ao encontrar uma doadora de óvulos saudáveis e de boa qualidade, frequentemente observamos resultados melhores nas taxas de natalidade.

  • Útero de substituição

    Útero de substituição

    Se a mulher é clinicamente incapaz de engravidar, o uso de um útero de substituição, popularmente chamado de barriga de aluguel ou barriga solidária, a ajudará a realizar o sonho da maternidade. A pessoa passará por uma triagem médica abrangente a fim de ser medicamente liberada para ser o útero de substituição.

Saiba mais sobre a FIV

Pai solteiro por opção

Homens solteiros também podem realizar o sonho de se tornarem pais com a ajuda de uma doadora de óvulos e um útero de substituição.

Se existe o desejo de se tornar um pai solteiro, sem adotar uma criança, o futuro pai primeiro precisará de uma ovodoação.

Nesse caso não é possível colher material genético entre parentes, pela consanguinidade. A doadora poderá ser anônima ou um banco de óvulos. Ao selecionar uma doadora de óvulos, o futuro pai aprenderá sobre o histórico médico da doadora e sua aparência física, histórico pessoal e familiar.

A doadora de óvulos e futuro pai poderão passar por uma triagem abrangente para garantir que sejam geneticamente compatíveis.

útero de substituição completa o processo: oferece ao homem a chance de ser pai de um filho biológico. Essa mulher, que deverá ser parente de até 4° grau, gestará um embrião criado a partir de óvulos doados e do sêmen do pai solo.

O roteiro aqui é o de uma fertilização in vitro comum: os óvulos da doadora são fertilizados com a amostra de sêmen. Um embrião selecionado é então transferido para o útero da barriga solidária, empregando o mesmo procedimento de uma transferência de embriões congelados.

Os embriões fertilizados poderão passar pela triagem genética pré-implantação quando atingirem o estágio de blastocisto, antes da transferência, a depender da avaliação do especialista em Reprodução Assistida.

Dúvidas frequentes

  • O que é a gravidez monoparental?

    “Produção independente” ou gravidez monoparental são sinônimos.

    É o emprego Medicina Reprodutiva que possibilita que homens e mulheres consigam realizar sozinhos o sonho de ter um filho, sem ter obrigatoriamente um cônjuge. Em ambos os casos, é preciso recorrer a uma técnica de reprodução assistida, como é o caso da inseminação artificial ou da fertilização in vitro.

    A técnica utilizada para viabilizar a produção independente varia de acordo com a avaliação do especialista, que deve considerar as condições clínicas do paciente (homem ou mulher) e suas preferências.

  • Quais as opções que a Medicina Reprodutiva possibilita às mulheres que desejam gerar um filho sozinhas?

    De modo geral, o especialista pode indicar a inseminação artificial ou inseminação intrauterina (o sêmen processado é colocado no útero após a ovulação) ou a fertilização in vitro (a produção do embrião é feita em laboratório).

    Antes de indicar a técnica mais adequada, o médico especialista em reprodução assistida deve avaliar:

    • As condições das trompas; e
    • A qualidade do sêmen do doador.

    Para que a produção independente seja bem-sucedida, as trompas devem ser pérvias. Da mesma forma, a qualidade da amostra de sêmen do doador é fundamental, pois em alguns casos, a concentração e a motilidade dos espermatozoides inviabilizam ou diminuem as chances de sucesso do tratamento. 

  • Quais as opções que a Medicina Reprodutiva possibilita aos homens que desejam gerar um filho sozinhas?

    No caso da produção independente para homens, além de um óvulo doado, é fundamental uma “barriga solidária” ou uma “doadora de útero”. Esse tipo de tratamento também é conhecido como útero de substituição.

    Para que isso seja possível, é preciso buscar uma mulher com parentesco de até quarto grau, que será responsável pela geração do bebê, mas sem direitos ou deveres em relação ao bebê após o nascimento.

    Em ambos os casos, seja para a produção independente feminina ou para a produção independente masculina, a FIV é uma das técnicas de reprodução assistida mais utilizadas. 

  • O que é a barriga solidária?

    Barriga solidária, barriga de aluguel, útero de substituição. Diferentes termos que trazem o mesmo conceito. Na impossibilidade de gestar um bebê no próprio ventre, ou então, para casais homoafetivos masculinos que desejam um filho, a barriga solidária é uma opção utilizada na medicina reprodutiva para fazer com que o sonho de muitas famílias aconteça.

    A barriga solidária acontece quando há participação do útero de uma outra pessoa para receber o embrião de um casal/ pessoa que não pode gestar.

  • Quando deve ser indicada a barriga solidária?

    De modo geral, a barriga solidária é indicada para quem deseja fazer uma produção independente e para casais homoafetivos e heterossexuais que não podem engravidar.

    Também é o tratamento indicado quando a mulher:

    • Foi submetida à histerectomia (retirada do útero);
    • Nasceu sem útero (agenesia uterina), com malformações uterinas ou doenças uterinas que alteram a anatomia do órgão e impossibilitam a gestação;
    • Tem alguma doença crônica que contraindica a gestação: algumas doenças cardíacas, por exemplo.

    Para que aconteça a gestação em um útero de substituição, é necessário combinar as técnicas de reprodução assistida. A FIV sempre fará parte desse processo, pois os embriões precisam ser formados em laboratório e então transferidos para o útero dessa outra pessoa.

  • O útero de substituição é sempre empregado em conjunto com a FIV?

    Sim. A fertilização in vitro é uma técnica de reprodução assistida em que a fertilização e o desenvolvimento do embrião acontecem em laboratório: os óvulos são coletados, fertilizados pelos espermatozoides e os embriões formados ficam em uma incubadora se desenvolvendo.

    Após essa etapa, entra o útero de substituição, quando os embriões formados são transferidos para o útero da barriga solidária.

    No caso dos casais heterossexuais, seus óvulos e espermatozoides são coletados, a fertilização in vitro acontece e os embriões advindos de seus gametas são transferidos para o útero de substituição.

    No caso dos casais homoafetivos masculinos e de homens solteiros, uma etapa adicional tem que ser incluída: a obtenção de óvulos de doadoras. Nesses casos, não há mulher/ óvulos disponíveis, apenas os espermatozoides.

    Então, os óvulos devem ser adquiridos por meio de ovodoação de um banco de óvulos (a barriga solidária não vai ser a mesma que fornecerá os óvulos). O embrião será formado em laboratório com o sêmen escolhido e então transferido ao útero de substituição.

  • Quem pode ser barriga solidária?

    No Brasil, não é permitido qualquer tipo de compensação financeira para que aconteça o empréstimo temporário do útero. Por essa razão, a utilização do termo “barriga de aluguel” não é recomendada, pois denota uma relação de prestação de serviço.

    A barriga solidária é permitida no Brasil e segue normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)na Resolução Nº2.320 de 20 de Setembro de 2022.

    Nesse sentido, a entidade destaca com clareza quem pode “emprestar” o útero temporariamente para ajudar um familiar a realizar o sonho de ter um filho. 

    A cedente temporária do útero deve pertencer à família de um dos parceiros em parentesco consanguíneo até o quarto grau. Veja, na prática, quem pode ser barriga solidária no Brasil:

    • 1º grau: mãe ou filha;
    • 2º grau: avó ou irmã;
    • 3º grau: tia ou sobrinha;
    • 4 º grau: prima;
    • Quando a pessoa disposta a ser barriga solidária não se enquadra nos casos acima, é necessário pedir autorização do CRM do estado onde acontece o tratamento.
  • Quais as regras que regem o emprego da barriga solidária no Brasil?

    No Brasil, as regras para a gestação de substituição, ou barriga solidária, estão descritas na Resolução Nº2.320 de 20 de Setembro de 2022 do Conselho Federal de Medicina. Ela detalha que:

    A cedente temporária do útero deve:

    • Ter ao menos um filho vivo;
    • Pertencer à família de um dos parceiros em parentesco consanguíneo até o quarto grau (primeiro grau: pais e filhos; segundo grau: avós e irmãos; terceiro grau: tios e sobrinhos; quarto grau: primos);
    • Caso não seja familiar até o quarto grau, deverá ser solicitada autorização do Conselho Regional de Medicina (CRM).

    Nas clínicas de reprodução assistida, os seguintes documentos devem constar no prontuário da paciente, segundo o CFM:

    • Termo de consentimento livre e esclarecido assinado pelos pacientes e pela cedente temporária do útero, contemplando aspectos biopsicossociais e riscos envolvidos no ciclo gravídico-puerperal, bem como aspectos legais da filiação;
    • Relatório médico atestando a adequação da saúde física e mental de todos os envolvidos;
    • Termo de Compromisso entre o(s) paciente(s) e a cedente temporária do útero que receberá o embrião em seu útero, estabelecendo claramente a questão da filiação da criança;
    • Compromisso, por parte do(s) paciente(s) contratante(s) de serviços de reprodução assistida, públicos ou privados, com tratamento e acompanhamento médico, inclusive por equipes multidisciplinares, se necessário, à mulher que ceder temporariamente o útero, até o puerpério;
    • Compromisso do registro civil da criança pelos pacientes, devendo essa documentação ser providenciada durante a gravidez;
    • Aprovação do(a) cônjuge ou companheiro(a), apresentada por escrito, se a cedente temporária do útero for casada ou viver em união estável.
  • Qual a idade máxima para ser uma barriga solidária?

    A idade máxima das candidatas à gestação por técnicas de reprodução assistida é de 50 anos.

    As exceções a esse limite são aceitas com base em critérios técnicos e científicos, fundamentados pelo médico responsável, sobre a ausência de comorbidades não relacionadas à infertilidade da mulher e após esclarecimento ao (s) candidato (s) sobre os riscos envolvidos para a paciente e para os descendentes eventualmente gerados a partir da intervenção, respeitando a autonomia da paciente e do médico.

  • O pai ou a mãe solo enfrentam algum tipo de impedimento legal para registrar seus filhos?

    Desde 2015, tanto mães quanto pais podem se dirigir aos cartórios para providenciar o registro de nascimento de seus filhos. A autorização está prevista na Lei N° 13.112/2015.

    Conforme o texto, cabe ao pai ou à mãe, sozinhos ou juntos, o dever de fazer o registro no prazo de 15 dias. Se um dos dois não cumprir a exigência dentro do período, o outro terá um mês e meio para realizar a declaração.

    Antes da publicação da lei, era exclusiva do pai a iniciativa de registrar o filho nos primeiros 15 dias desde o nascimento. Apenas se houvesse omissão ou impedimento do genitor, é que a mãe poderia assumir seu lugar.

Os termos “mãe solo”, “pai solo” hoje são amplamente utilizados para designar mulheres e homens que são inteiramente responsáveis por suas famílias, deixando o conceito de “mãe solteira” e “pai solteiro”, em desuso, já que estar ou não em um relacionamento com um(a) parceiro(a) não quer dizer necessariamente compartilhar a difícil missão de ter um filho e formar uma família. Portanto, mãos à obra! É hora de agendar uma consulta para trabalhar junto com o especialista em Reprodução Assistida.

Síndrome dos Ovários Policísticos

Sua Jornada

Síndrome dos Ovários Policísticos


A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é um problema hormonal que ocorre durante os anos reprodutivos. Se você tem SOP, provavelmente não menstrua ou tem ciclos com intervalos muito longos. Você também pode ter a presença de um hormônio chamado andrógeno em níveis muito elevados em seu corpo.

Em mulheres com a Síndrome dos Ovários Policísticos há um desequilíbrio nos hormônios sexuais femininos. Esse desequilíbrio pode impedir o desenvolvimento e a liberação de óvulos maduros. Sem um óvulo maduro, nem a ovulação, nem a gravidez podem ocorrer.

O desequilíbrio hormonal também pode causar um aumento anormal da testosterona, hormônio sexual masculino. As mulheres também produzem testosterona naturalmente, mas em pequenas quantidades.

As estatísticas hoje apontam que a SOP afeta de 5% a 10% das mulheres entre 15 a 44 anos, sendo uma causa comum e tratável de infertilidade.

Causas da SOP

Os especialistas não sabem exatamente o que causa a SOP, mas a síndrome pode envolver fatores genéticos. Se a sua mãe ou irmã tem a condição, você tem uma chance maior do que outras mulheres de desenvolvê-la também.

Juntamente com uma ligação genética, o excesso de insulina no corpo também aumenta o risco de desenvolver SOP. A insulina é um hormônio que o pâncreas produz e o corpo usa para converter o açúcar dos alimentos em energia. As mulheres com SOP geralmente apresentam resistência à insulina. Essa resistência é a incapacidade do corpo de reduzir os níveis de açúcar no sangue. E se os níveis de açúcar no sangue ficam muito altos, a produção de insulina aumenta mais ainda, dando origem ao que chamamos, hoje, de Síndrome Metabólica.

Sintomas da SOP

Os sintomas da SOP geralmente começam na época da menarca, a primeira menstruação. Mas também podem se desenvolver mais tarde, depois que você ter menstruado há algum tempo.

Os sintomas variam. Mas o diagnóstico de SOP é feito quando você tem pelo menos duas dessas características:

  • Períodos irregulares: ter poucos períodos menstruais ou ter períodos que não são regulares são sinais comuns de SOP. O mesmo acontece com períodos que duram muitos dias ou mais do que o normal para um período. Por exemplo, você pode ter menos de nove períodos por ano. E eles podem ocorrer com mais de 35 dias de intervalo. Se isso acontecer, você pode ter problemas para engravidar;
  • Muito andrógeno: altos níveis do hormônio andrógeno (hormônio masculino) podem resultar em excesso de pelos faciais e corporais. Isso é chamado de hirsutismo. Às vezes, também podem ocorrer acne grave e calvície de padrão masculino;
  • Ovários policísticos: seus ovários podem ser maiores. Muitos folículos contendo óvulos imaturos podem se desenvolver ao redor da borda dos ovários. E eles podem não funcionar como deveriam.

Além disso, os sinais e os sintomas da SOP são tipicamente mais graves em pessoas com obesidade.

Complicações causadas pela SOP

Complicações causadas pela SOP

A SOP não é uma doença inofensiva. Dentre as suas complicações mais prevalentes estão:

  • Infertilidade;
  • Diabetes gestacional ou hipertensão induzida pela gravidez;
  • Perda gestacional ou parto prematuro;
  • Esteatose hepática, uma inflamação grave do fígado causada pelo acúmulo de gordura;
  • Síndrome metabólica, um conjunto de condições, incluindo pressão alta, açúcar elevado no sangue e níveis prejudiciais de colesterol ou triglicerídeos que aumentam significativamente o risco de doenças cardíacas e dos vasos sanguíneos (cardiovasculares);
  • Diabetes tipo 2 ou pré-diabetes;
  • Apneia do sono;
  • Depressão, ansiedade e transtornos alimentares;
  • Câncer do revestimento uterino (câncer de endométrio).

A obesidade geralmente ocorre concomitantemente com a SOP e pode piorar as complicações da doença.

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Diagnóstico da SOP

Pode levar tempo e pode ser necessário muita persistência para chegar a um diagnóstico de SOP, pois a doença é conhecida por ser subdiagnosticada ou mal diagnosticada.

Não existe um exame específico para diagnosticar a SOP. O especialista em Reprodução Assistida faz o diagnóstico com base em vários dados, que podem ser reunidos via:

  • Exame físico;
  • Histórico médico;
  • Exames de sangue para níveis hormonais, glicose;
  • Ultrassonografia.

Além dos exames acima, o especialista também pode solicitar exames para diagnosticar outras condições nas quais a menstruação irregular é comum, como doença da tireoide, hiperprolactinemia, síndrome de Cushing e hiperplasia adrenal congênita.

Infertilidade e SOP

A SOP pode afetar a fertilidade feminina de maneiras diferentes. Os problemas de ovulação geralmente são a principal causa de infertilidade em mulheres com SOP. A ovulação pode não ocorrer devido a um aumento na produção de testosterona ou porque os folículos nos ovários não amadurecem.

E mesmo que ocorra a ovulação, um desequilíbrio nos hormônios pode impedir que o revestimento do útero se desenvolva adequadamente para permitir a implantação do óvulo maduro.

Devido ao desequilíbrio hormonal, a ovulação e a menstruação podem ser irregulares. Os ciclos menstruais imprevisíveis também podem dificultar a gravidez.

Se você está preocupada com a impossibilidade de engravidar ou apresenta sintomas que possam indicar SOP deve consultar um especialista em Reprodução Assistida. E mesmo que não deseje engravidar agora, obter um diagnóstico precoce de SOP pode ajudar a prevenir complicações no futuro.

Existem muitas causas possíveis de infertilidade, mas ter a certeza do diagnóstico da SOP pode ajudar a direcionar o tratamento e melhorar as chances de conceber.

E mesmo que você engravide, também é essencial saber que a SOP está presente, pois estudos descobriram um risco maior de complicações na gravidez, tais como:

  • Diabetes gestacional;
  • Parto prematuro;
  • Pressão alta na gravidez.

Tratamento da SOP

O tratamento da SOP requer uma equipe multidisciplinar – especialista em Reprodução Assistida, endocrinologista, nutricionista, dermatologista – e concentra-se em gerenciar as complicações ou sintomas que mais preocupam a paciente. Pode ser infertilidade, hirsutismo, acne ou obesidade.

Quase sempre, além dos medicamentos, cirurgias e procedimentos, o tratamento também envolve mudanças no estilo de vida. O especialista em Reprodução Assistida pode recomendar a perda de peso por meio de uma dieta de baixa caloria combinada com atividades físicas moderadas. Mesmo uma redução modesta de peso – por exemplo, perder 5% do seu peso corporal – pode melhorar a condição. A perda de peso pode aumentar a eficácia dos medicamentos para a SOP e pode ajudar na infertilidade. Seu médico, o endocrinologista e um nutricionista trabalharão juntos para te ajudar a determinar o melhor plano de perda de peso.

A acne também pode ser tratada com pomadas tópicas ou cremes antibióticos, bem como o crescimento excessivo de pelos, seguindo as recomendações de um dermatologista.

Infertilidade, gravidez e SOP

Se você deseja engravidar e sabe que a doença está presente, o especialista em Reprodução Assistida pode iniciar o tratamento prescrevendo medicamentos para regular os períodos menstruais e estimular a ovulação.
  • Pílulas anticoncepcionais

    As pílulas anticoncepcionais orais são frequentemente administradas para corrigir alguns dos desequilíbrios hormonais provocados pela SOP e também podem ajudar a diminuir a acne e o crescimento excessivo de pelos, bem como regular o sangramento.

    Porém, o seu uso para mulheres que desejam engravidar não está indicado, uma vez que o sangramento que está acontecendo todo mês não está relacionado à ovulação.

  • Metformina
    A metformina é um medicamento oral que pode ser prescrito para mulheres com SOP resistentes à insulina.
  • Indutores de ovulação

    Mulheres com dificuldades para engravidar podem tomar um medicamento chamado citrato de clomifeno (Clomid, Indux, Serophene) para ajudá-las a ovular regularmente.

    Em mulheres com SOP que tomam Clomid, cerca de 80% irão ovular em resposta à medicação e 30-40% ficarão grávidas.

    O Letrozol é outro indutor de ovulação, classificado pela Sociedade Europeia de Reprodução Humana como tratamento de escolha para as mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos por ser mais efetivo que o clomifeno na indução da ovulação.

  • Injeções subcutâneas
    E, por fim, como opção medicamentosa, temos ainda as injeções subcutâneas de gonadotropinas, hormônio que também induz à ovulação.
  • Fertilização in vitro

    Mas se todos os ciclos com medicação oral e a injeção subcutânea não produzirem os efeitos desejados, o tratamento indicado é a fertilização in vitro. O procedimento precisa de acompanhamento muito próximo pois mulheres com a Síndrome dos Ovários Policísticos tendem à Síndrome da Hiperestimulação Ovariana, uma reação excessiva do organismo da mulher aos hormônios injetados durante o tratamento.

Dúvidas sobre infertilidade e SOP

  • Qual a relação entre testosterona feminina e gravidez?

    Os níveis de testosterona feminina ou simplesmente androgênios, participam ativamente na produção de estrogênio. Por isso, têm papel importante na dominância folicular do ovário e no processo ovulatório.

    No entanto, a testosterona em excesso e/ou em baixos níveis pode ser um obstáculo para quem deseja engravidar. Enquanto os baixos níveis de testosterona diminuem o desejo sexual, a testosterona em excesso pode impedir a ovulação e, consequentemente, a liberação do óvulo. Dessa forma, é impossível que ocorra a fecundação do óvulo pelo espermatozoide.

    Para avaliar os níveis de testosterona no organismo da mulher, o médico pode solicitar exames de dosagem de testosterona livre e testosterona total. Ao ser constatado o desequilíbrio hormonal, o tratamento pode incluir suplementação de hormônios femininos ou suplementação de testosterona em casos específicos. O médico fará a escolha avaliando caso a caso.

    A doença mais conhecida que se relaciona com excesso de testosterona é a Síndrome dos Ovários Policísticos, em que as mulheres têm um desbalanço hormonal, devido ao aumento dos andrógenos no sangue.

    Dessa forma, a dificuldade para engravidar relacionada a testosterona tem tratamento. O ideal é buscar a orientação de um especialista em reprodução humana e infertilidade que possa fazer uma investigação detalhada e orientar quanto ao tratamento mais efetivo.

  • Como engravidar tendo a Síndrome dos Ovários Policísticos?

    A infertilidade é definida como a incapacidade de ficar grávida após um ano de relações sexuais regulares e desprotegidas. A paciente deve procurar ajuda de um especialista após esse um ano de tentativa.

    No entanto, em alguns casos, esse tempo para procurar ajuda não deve ser seguido, e isso acontece em casos em que há suspeita ou diagnóstico de doença que diminui a possibilidade de gravidez, que é o caso da Síndrome dos Ovários Policísticos.

    A mulher com Síndrome dos Ovários Policísticos geralmente não ovula regularmente, ou seja, ela não irá engravidar se não fizer tratamento.

    Tanto para mulheres que querem como as que não querem engravidar, a mudança do estilo de vida e perda de peso são de extrema importância. Em alguns casos, apenas a perda de peso já leva à ovulação e a gravidez ocorre naturalmente. Se a perda de peso não for suficiente, pode-se lançar mão de medicamentos para induzir a ovulação.

    As mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos devem fazer uso das medicações indutoras de ovulação por alguns ciclos, geralmente iniciando pelas medicações via oral e seguindo para as gonadotropinas caso a gestação não seja alcançada.

    No entanto, se os ciclos com indução de ovulação não estiverem levando à gestação, ou não se esteja conseguindo atingir ovulação adequada com esses medicamentos, ou mesmo se a paciente não quiser ou não puder esperar esses ciclos, a fertilização in vitro passa a ser o tratamento a ser escolhido.

  • Como a SOP está relacionada à Síndrome Metabólica?

    Além da irregularidade menstrual e da infertilidade decorrente da ausência de ovulação, a SOP pode trazer complicações sistêmicas, prejudicando a saúde em outros aspectos.

    Pacientes com SOP podem desenvolver o que se conhece como síndrome metabólica. A síndrome metabólica compreende distúrbios como: hipertensão arterial, resistência à insulina (com risco de diabetes), obesidade e aumento das gorduras no sangue (colesterol e triglicerídeos).

  • Por que a SOP está relacionada à obesidade?

    Estudiosos da doença sugerem que a resistência à insulina pode ser o fator subjacente responsável pelos sintomas díspares da SOP.

    Em pessoas resistentes à insulina, o hormônio não transfere efetivamente a glicose do sangue para as células do corpo para ser usada como energia. À medida que os níveis de glicose no sangue aumentam, mais insulina é produzida para tentar baixá-la.

    O excesso de insulina promove o armazenamento de gordura e pode resultar em ganho de peso e obesidade.Cerca de metade das mulheres americanas com SOP são obesas.

    Talvez o maior desafio  da SOP envolva a redução de peso. Perder 10% do peso corporal pode resultar em ciclos menstruais mais regulares e níveis reduzidos de testosterona.

    Para mulheres com SOP, a dieta mais eficaz para atingir e manter a perda de peso é baixa em carboidratos, em vez da dieta pobre em gordura.

    O exercício regular, moderado ou vigoroso, feito cinco ou mais vezes por semana associado a uma dieta balanceada e pobre em carboidratos, é uma parte importante do tratamento também.

  • Há cura para a SOP?

    Não há cura para a SOP. A melhor abordagem de tratamento é individualizada, dependendo dos objetivos de cada paciente.

    Para mulheres com intervalos prolongados entre as menstruações ou pilosidade excessiva, ou ambos, anticoncepcionais contendo estrogênio e progestágeno são usados para regular o ciclo menstrual e suprimir a produção de andrógenos.

    Frequentemente, o medicamento para pressão arterial espironolactona também é administrado para neutralizar a acne ou o hirsutismo causados por andrógenos em mulheres adultas.

    Para uma mulher que está tentando engravidar é necessário um tratamento diferente. Duas drogas, clomifeno e letrozol, são comumente prescritas para estimular a ovulação. Ambos os medicamentos estimulam a hipófise a secretar hormônio folículo-estimulante (FSH), que aumenta o crescimento de pequenos folículos e, portanto, pode desencadear a ovulação.

    A maioria das mulheres com SOP que se submetem à indução da ovulação concebem e têm filhos.

  • A SOP está associada a um risco maior de perdas gestacionais espontâneas?

    A síndrome dos ovários policísticos (SOP) pode ser um fator impeditivo da concepção e também um empecilho para uma gravidez viável. Existem vários riscos de infertilidade associados à SOP.

    O risco geral de perda gestacional espontânea é de 10 a 15% para todas as mulheres. Estudos demonstraram que ter SOP aumenta o risco de perda gestacional espontânea, com taxas relatadas de até 30% a 50%.

    Se você tem SOP e está fazendo um tratamento de Reprodução Assistida, como a fertilização in vitro (FIV) ou a inseminação intrauterina (IIU), você tem duas vezes mais chances de ter uma perda gestacional espontânea.

    Na maioria dos casos, não é possível evitar uma perda gestacional espontânea.

    Se estiver grávida, a melhor coisa que você pode fazer é seguir as recomendações do seu médico. Em muitos casos, a perda gestacional é devido a uma anormalidade genética.

    Se um feto tem uma anormalidade cromossômica inviável, nada pode ser feito para evitar uma perda gestacional espontânea. Mas o que é importante saber? Saiba que é possível engravidar novamente e ter uma gravidez saudável, mesmo após perdas gestacionais recorrentes.

  • Ciclo menstrual irregular é indicativo de SOP?

    Nem sempre.

    Irregularidades menstruais também podem ser causadas por outras condições, incluindo distúrbios da hipófise, responsável pela secreção dos hormônios FSH e LH, que regulam as funções dos ovários, ou na tireoide: os hormônios tireoidianos também interferem no processo reprodutivo.

    O importante é sempre investigar a causa de irregularidade menstrual juntamente com o especialista em Reprodução Assistida.

  • O que é anovulação?

    Em situações normais, as mulheres ovulam todo ciclo menstrual. Isso quer dizer que, a cada ciclo, um óvulo amadurece e é liberado pelos ovários, para que seja fecundado. Caso a fecundação não ocorra, a mulher menstrua e o óvulo é eliminado naturalmente pelo corpo.

    A anovulação é definida como ciclos menstruais com mais de 60 dias de intervalo. Esse fenômeno ocorre quando existem falhas na ovulação e/ou no ciclo menstrual da mulher, ou seja, a mulher não ovula, não libera o óvulo para a fecundação.

    Isso é bastante comum em meninas que entraram recentemente na vida fértil ou nas mulheres que estão iniciando o período da menopausa. Porém, quando isso ocorre durante a vida reprodutiva da mulher, devemos ficar atentos. Ciclos maiores do que 45 dias chamam atenção e devem ser investigados.

    A irregularidade menstrual é o principal sintoma da SOP. Porém, apenas isso não é suficiente para diagnosticar a doença. A anovulação também pode acontecer em casos de baixo peso, obesidade, aumento de prolactina, hipertireoidismo etc.

    É por isso que uma consulta a um médico especialista é sempre tão relevante para diagnosticar o problema corretamente.

  • Como é o tratamento da anovulação?

    Como a anovulação possui diversas causas (obesidade, peso muito baixo, síndrome dos ovários policísticos, prática intensa de exercícios físicos, problemas na tireoide e hiperprolactinemia), a mulher precisa de acompanhamento médico para identificar a razão da sua falta de ovulação, e, consequentemente, seguir o tratamento médico indicado.

    Além dos tratamentos para cada situação, a reprodução assistida, como o coito programado com estimulação ovariana e a fertilização in vitro (FIV) também podem ser indicados para a anovulação.

  • O que é Síndrome do Hiperestímulo Ovariano (SHO)?

    A Síndrome do Hiperestímulo Ovariano (SHO) é uma complicação decorrente dos medicamentos (hormônios) usados para a estimulação dos ovários.

    Desta forma, os indutores de ovulação são utilizados para aumentar os números oócitos (óvulos) produzidos no ciclo. E assim, melhorar as chances de sucesso no tratamento da fertilização In vitro ou de congelamento de óvulos.

    Nesse sentido, a Síndrome da Hiperestimulação Ovariana é uma resposta exacerbada dos ovários ao estímulo hormonal, resultando em um crescimento de óvulos maior do que o esperado.

    O desenvolvimento da síndrome depende da resposta de cada paciente ao estímulo do tratamento.

    Nesse sentido, os especialistas em medicina reprodutiva costumam monitorar, através de ultrassons e dosagens hormonais, a resposta de cada mulher, podendo modificar a quantidade e tipo de medicação, conforme a necessidade.

    Não há como prever se alguém sofrerá de hiperestímulo, nem como vai responder aos indutores. No entanto, há um grupo com maior probabilidade de ter uma resposta exagerada. Conheça alguns fatores de risco da Síndrome do Hiperestímulo Ovariano:

    • Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP);
    • Mulheres com menos de 35 anos de idade;
    • Mulheres muito magras, com peso corporal baixo;
    • História de SHO anterior;
    • Pacientes com problemas renais;
    • Pacientes com alta contagem de folículos antrais;
    • Altos níveis de hormônio anti-mulleriano.

A SOP é uma causa comum de infertilidade entre as mulheres. É causa cerca de 30 em cada 100 casos de infertilidade feminina. No entanto, com o tratamento adequado, as perspectivas de gravidez são boas. É hora de agendar uma consulta para trabalhar junto com o especialista em Reprodução Assistida.

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