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Síndrome de Hiperestimulação Ovariana: o que é

Durante a fertilização in vitro (FIV), realizada em clínicas especializadas em reprodução assistida, a estimulação ovariana é uma das fases que consiste em estimular o crescimento folicular e aumentar a produção de óvulos que serão utilizados na formação de embriões.

Em alguns casos, os medicamentos podem causar um tipo de complicação conhecido como síndrome de hiperestimulação ovariana (SHO). Ou seja, trata-se de uma reação excessiva do organismo da mulher aos hormônios injetados durante o tratamento.

A SHO pode ser leve, moderada ou grave. Mas, com o acompanhamento adequado e identificação de fatores de risco é possível evitá-la. Por esse motivo, mulheres que serão submetidas a FIV devem obter todas as informações necessárias e entender o que é e quais os sintomas dessa síndrome.

Síndrome de hiperestimulação ovariana: o que é e quais os sintomas

síndrome de hiperestimulação ovariana é desencadeada pelo aumento excessivo de estradiol no organismo. Há então aumento no volume dos ovários e fatores que aumentam a permeabilidade vascular, o que leva a extravasamento de líquido para fora dos vasos,  acúmulo de líquido no abdômen, inchaço e dores abdominais. Além dessas alterações, altas concentrações de estrogênio aumentam as chances de eventos tromboembólicos (trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar).

Com os protocolos mais modernos, a Síndrome de Hiperestímulo Ovariano é completamente evitável. Tudo começa com a identificação de fatores de riscos nas primeiras consultas, antes de iniciar a estimulação ovariana para FIV. Os principais fatores de risco são:

  • Reserva ovariana alta;
  • Mulheres com menos de 30 anos;
  • Contagem de folículos antrais maior do que 15;
  • Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP);
  • Síndrome de Hiperestímulo em estímulos anteriores;
  • Uso de HCG para maturação final dos óvulos (não utilizado em casos de risco).

Ao identificar os fatores de risco, o protocolo padrão utilizado para evitar a SHO, é a maturação final dos óvulos com agonista de GnRH, congelamento dos embriões e transferência embrionária em ciclo posterior. 

O uso de hCG (gonadotrofina coriônica) em casos de risco aumenta muito as chances de SHO. O HCG age no organismo e demora cerca de 7 dias para se depurar do organismo. Isso faz com que as taxas de estrogênio aumentem muito, desencadeando a Síndrome de Hiperestímulo. Os principais sintomas da SHO são:

  • Inchaço;
  • Náuseas e vômitos;
  • Desidratação;
  • Trombose;
  • Dores abdominais;
  • Alterações sanguíneas;
  • Aumento do tamanho dos ovários;
  • Distensão e desconforto no abdômen;
  • Ascite (aumento de líquido no abdômen);
  • Derrame pleural (acúmulo de líquido nos pulmões).

Durante a estimulação ovariana realizada antes da fertilização in vitro, inseminação artificial ou coito programado, a SHO pode durar cerca de 7 a 10 dias. No entanto, nos casos em que a síndrome de hiperestimulação dos ovários é decorrente da gestação, os sintomas podem persistir por mais tempo.

Como tratar a síndrome de hiperestimulação ovariana?

Como já foi dito, existem alguns fatores de risco para o desenvolvimento da síndrome: mulheres com menos de 30 anos, síndrome dos ovários policísticos, contagem de folículos antrais (CFA) elevada, altos níveis de hormônio anti-mülleriano, histórico anterior de SHO. Essas características devem ser identificadas antes de iniciar a FIV.

Já o tratamento da SHO pode variar considerando uma avaliação individualizada de cada paciente, assim como o grau da síndrome e os sintomas apresentados.

Neste sentido, a realização periódica de exames de ultrassom para medir o tamanho dos ovários e a presença de líquido no abdômen é imprescindível. Da mesma forma, exames de sangue também são importantes para avaliar alterações causadas pela síndrome. 

O médico pode recomendar que a paciente diminua as atividades físicas e aumentar a ingesta de líquidos, assim como uma dieta rica em proteínas. Náuseas, vômitos e dores abdominais podem ser controlados com a ministração de medicamentos. A drenagem do líquido no abdômen pode ser necessária para alívio do desconforto abdominal, por exemplo. 

Indução da ovulação: quando é indicada?

Neste texto vamos falar de uma etapa importante da FIV: a indução da ovulação.

A reprodução assistida é um conjunto de técnicas que têm como objetivo viabilizar a gestação para casais hetero e homossexuais, assim como homens e mulheres sem parceiros, que apresentam alguma dificuldade para engravidar pelos métodos tradicionais.

Uma das técnicas da área da Reprodução Humana é a Fertilização in vitro, a FIV. Para que isso seja possível, é necessário que ocorra a manipulação de pelo menos um dos gametas, assim como a utilização de meios de fecundação realizados em laboratório. Neste cenário, a indução da ovulação é uma das principais técnicas utilizadas.

Mas, afinal: o que é, como funciona e quando os indutores de ovulação são indicados? Se você está iniciando, ou então, está no meio de um tratamento de reprodução assistida e tem dúvidas sobre o assunto, acompanhe mais detalhes neste artigo.

Você sabe o que é indução da ovulação?

Na fase reprodutiva da mulher, que dura desde a primeira menstruação até a menopausa, a cada ciclo menstrual, em geral, apenas um óvulo maduro apto a ser fecundado e se tornar embrião é liberado mensalmente em um processo chamado de ovulação. 

Durante a FIV, os óvulos são coletados e fecundados em laboratório. Posteriormente, os embriões são transferidos para o útero. Sendo assim, a indução da ovulação tem como objetivo estimular o crescimento folicular e aumentar a produção de óvulos.

A estimulação ovariana é uma das principais etapas da FIV. Isso porque possibilita a produção de mais de um óvulo e permite que eles sejam analisados e selecionados de acordo com a sua qualidade, aumentando as chances de sucesso no tratamento. 

Como funciona a indução da ovulação?

Primeiramente, é realizada uma ultrassonografia para avaliar os ovários e a reserva ovariana da paciente. Posteriormente, é feita a aplicação de injeções com o hormônio folículo estimulante (FSH), cuja dosagem pode variar de pessoa para pessoa. 

É necessário acompanhar o crescimento dos folículos estimulados pela indução ovariana través de ultrassonografias. Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é feita a injeção de hCG para induzir o amadurecimento e a liberação dos óvulos para coleta. 

Quando a indução da ovulação é indicada?

A estimulação ovariana é indicada para pacientes que serão submetidas à FIV. Nesses casos, o estímulo é mais alto para possibilitar que um maior número de óvulos sejam aspirados e, posteriormente, fecundados em laboratório.

Além disso, a indução da ovulação também é recomendada para outros tipos de tratamentos. No coito programado e na inseminação artificial, por exemplo, a indução é feita em menores doses para aumentar o número de óvulos e as chances de fecundação.

A indução da ovulação causa efeitos adversos?

Em alguns casos, sim, tais como desconforto abdominal, cólicas leves, inchaço, irritabilidade, dor nas mamas e dor de cabeça. Todos os possíveis sintomas devem ser esclarecidos previamente pelo médico e comunicados em consulta.

Existem contraindicações para a indução da ovulação?

A indicação e a contraindicação cabe apenas ao médico. De modo geral, a estimulação ovariana é contraindicada para mulheres com câncer ovariano, uterino ou mamário e pacientes com doenças crônicas no fígados e tumores do hipotálamo ou glândula pituitária.

Tireoide e problemas de infertilidade

Neste artigo, vamos esclarecer algumas dúvidas sobre a relação entre problemas na tireoide e infertilidade e qual deve ser a conduta médica nesses casos.

Para que os processos de ovulação, fertilização e permanência do embrião no útero aconteçam, viabilizando a gestação, é necessário que os sistemas reprodutores masculino e feminino estejam preservados e funcionando adequadamente.

A produção adequada de espermatozoides e presença de ciclos regulares e ovulatórios depende muito do bom funcionamento hormonal do organismo.

Uma das principais glândulas do corpo é a tireoide, responsável pela produção de hormônios relacionados ao metabolismo e ao ciclo reprodutivo. Então, quando ocorre um desequilíbrio no funcionamento dessa glândula, a fertilidade pode ser prejudicada.

Tireoide: o que é e qual a função da glândula

Antes de qualquer coisa, é importante entender o que é e qual a função da tireoide para compreender melhor qual a relação entre o funcionamento da glândula e a fertilidade. A tireoide é uma glândula que fica localizada na base do pescoço. 

De modo geral, a função da glândula é produzir os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina) e regular o funcionamento de órgãos importantes, como coração, cérebro, fígado e rins. Esses hormônios estimulam a hipófise (glândula do sistema nervoso central) a liberar os hormônios TSH e T4 livre (forma ativa do T4). Assim, a tireoide  atua diretamente em outras funções essenciais, tais como:

  • Memória;
  • Concentração;
  • Regulação do peso;
  • Controle emocional;
  • Regulação dos ciclos menstruais;
  • Crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes. 

Basicamente, os desequilíbrios no funcionamento da tireoide são caracterizados pela produção insuficiente de hormônios (hipotireoidismo) ou em excesso (hipotireoidismo). A seguir, entenda qual a relação entre problemas na tireoide e infertilidade

Problemas na tireoide e infertilidade

A tireoide interfere em todo o funcionamento do nosso corpo, incluindo órgãos reprodutivos, uma vez que os hormônios tireoidianos exercem uma função importante no funcionamento dos ovários, pois interagem com os hormônios da hipófise que está associada diretamente com a ovulação.

Hipertireoidismo

No hipertireoidismo, a glândula fica hiperativa e acelera o metabolismo. Em relação à fertilidade feminina, o problema afeta os ciclos menstruais, que ficam irregulares, e pode impedir a ovulação e causar infertilidade. 

Hipotireoidismo

Já o hipotireoidismo é a produção insuficiente de hormônios tireoidianos, o que também pode dificultar a gravidez. Isso porque a falta do hormônio T4 faz com que liberação de um óvulo maduro aconteça de forma irregular, em um período não favorável à fecundação. De forma geral, também pode causar ciclos anovulatórios (sem ovulação).

Quando procurar ajuda?

As disfunções na glândula tireoide podem causar alterações no metabolismo, e aumentar as chances de perdas gestacionais de repetição, ciclos menstruais irregulares e falhas de implantação em tratamentos de fertilizaçãon vitro (FIV). Por esse motivo, a avaliação hormonal faz parte da investigação de casos de infertilidade conjugal.

Vale lembrar que problemas na tireoide podem ser tratados para aumentar as chances de gestação natural. Em casos específicos, existe ainda a possibilidade de recorrer a alguma técnica de reprodução assistida, acompanhada de um médico especialista em infertilidade e reprodução humana.

Fertilização in vitro: como se preparar

A fertilização in vitro (FIV) é um tratamento de reprodução assistida complexo: são criadas em laboratório as condições adequadas para que a fecundação e as etapas iniciais do desenvolvimento embrionário aconteçam antes da transferência ao útero.

A fertilização in vitro (FIV) é um tratamento de alta complexidade, que aumenta de forma significativa as chances de gravidez.

E além da parte técnica, em todas as etapas, a preparação da paciente é fundamental. No entanto, existem muitas dúvidas sobre o assunto. Uma das mais comuns é sobre o que evitar durante a FIV. Acompanhe a explicação nesta publicação.

Como se preparar para a fertilização in vitro

O primeiro passo para que o médico faça a indicação da fertilização in vitro ou outra técnica de reprodução assistida consiste em identificar as causas de  infertilidade ou os fatores de infertilidade que estejam dificultando a gestação. Após a indicação adequada da  FIV, o procedimento é realizado em quatro etapas:

  • Estimulação ovariana;
  • Aspiração dos óvulos;
  • Formação dos embriões;
  • Transferência embrionária.

Mas o que você pode ou não fazer durante o tratamento de fertilização in vitro (FIV)? O que é verdade e o que é mito?

A mudança no estilo de vida também faz parte da preparação antes da FIV. Neste sentido, é importante evitar o tabagismo e o excesso de álcool, o sobrepeso e a obesidade, atividade física regular e o uso de medicamentos sem prescrição médica. 

Tabagismo

As substâncias tóxicas contidas no cigarro, principalmente a nicotina e o monóxido de carbono, podem atuar negativamente em todas as fases do tratamento e reduzir a qualidade dos óvulos e espermatozoides, diminuindo assim as taxas de sucesso. Além disso, podem aumentar as chances de complicações durante a gravidez, comprometendo a duração da gestação e, inclusive, o peso do embrião.

Excesso de álcool

Pessoas que desejam ter filhos, seja por métodos tradicionais ou através de tratamentos de reprodução assistida, devem evitar o consumo excessivo de álcool. A bebida alcoólica pode prejudicar a fertilidade e a qualidade de óvulos e espermatozoides, dificultando a gravidez.

Sobrepeso e obesidade

O peso adequado também é importante para pacientes submetidos a FIV. De modo geral, quanto melhor a saúde física, menores as chances de desenvolver outras doenças como diabetes e hipertensão, por exemplo, antes ou durante a gestação. Além disso, alguns estudos populacionais mostram que pessoas com o índice de massa corporal (IMC) normal têm melhor qualidade de óvulo/espermatozoides, quando comparadas a pessoas com sobrepeso e obesidade.

Medicamentos sem prescrição

O uso de medicamentos, de uso contínuo ou esporádico, deve ser informado previamente ao médico responsável pelo tratamento, preferencialmente antes do início da FIV. Isso porque as substâncias contidas podem prejudicar o estímulo ovariano e até o desenvolvimento do embrião.

Atividades físicas 

A prática de atividades físicas de grande impacto, como musculação e corrida, pode ser realizada durante o tratamento de FIV, mas respeitando os limites da paciente.

Em geral, no final da fase de estímulo ovariano, orientamos evitar exercícios de grande impacto ou de alta intensidade, devido crescimento dos ovários é possível desconforto abdominal 

É importante destacar que tudo aquilo que deve ser feito ou evitado durante a fertilização in vitro precisa de recomendação médica. Sendo assim, muitas vezes essas orientações são específicas, ou seja, individualizadas para cada paciente.

Qualidade do sêmen e infertilidade masculina

A fertilidade masculina é, ainda hoje, um tema cercado de tabus. No entanto, quando um casal apresenta dificuldades para engravidar, é fundamental que tanto a mulher quanto o homem sejam avaliados para que a causa seja estabelecida de maneira precisa.

Um dos fatores que podem dificultar a gravidez é a qualidade do sêmen. Por esse motivo, é necessário esclarecer aos casais tentantes como essa questão pode influenciar a fertilidade masculina e interferir na tentativa de engravidar.

Qualidade do sêmen: entenda a importância para a fertilidade masculina

A fertilidade masculina depende de uma combinação de fatores. No caso dos homens, a integridade dos órgãos e tecidos do sistema reprodutivo, o equilíbrio das funções hormonais e do sistema endócrino e a qualidade do sêmen são essenciais.

O sêmen é um líquido esbranquiçado que é expelido através da uretra na ejaculação e formado pela secreção produzida pela próstata e pelas vesículas seminais, às quais se juntam os espermatozoides formados nos testículos. Sua função é clara: transportar os espermatozoides para o sistema reprodutivo da mulher. Sendo assim, é fundamental na reprodução.

Quais fatores interferem na qualidade do sêmen?

Existem diferentes fatores que interferem na qualidade do sêmen e, consequentemente, podem influenciar a fertilidade masculina.

Alimentação

Na alimentação, o consumo excessivo de embutidos, doces, refrigerantes, alimentos ricos em gordura trans e processados em geral, por exemplo, pode interferir na saúde masculina como um todo, mas especialmente na fertilidade.

Abuso de álcool, cigarro e outras drogas

O tabagismo pode reduzir a motilidade, enquanto o uso de outras drogas, como maconha e cocaína, pode prejudicar a formação dos espermatozoides. Esteróides anabolizantes também interferem nas funções hormonais, podendo levar a diminuição significativa do número de espermatozoides no sêmen.

Obesidade

Obesidade e alterações hormonais geralmente estão associadas. No contexto da fertilidade masculina, essas condições podem diminuir a quantidade e a qualidade dos espermatozoides, dificultando a gravidez.

Esses são alguns dos fatores que podem interferir na qualidade do sêmen e na fertilidade masculina. Para os casais que apresentam dificuldade para engravidar, um dos exames investigativos indicados é o espermograma.

Espermograma: como é feita a análise da qualidade do sêmen?

O espermograma, também conhecido como contagem espermática,  estudo da morfologia espermática ou análise do sêmen, é um exame que analisa diversas características do sêmen a partir de  uma amostra coletada pelo paciente.

Neste exame, a análise do sêmen é feita em duas etapas: análise macroscópica (coloração, liquefação, volume, viscosidade, pH) e análise microscópica (concentração, morfologia, motilidade e vitalidade dos espermatozoides, além da  concentração de leucócitos, que, quando aumentada, pode sugerir infecção).

Em geral, o espermograma é o principal exame para analisar a fertilidade masculina e pode ser solicitado por urologistas, endocrinologistas, ginecologistas (que solicitam os exames de investigação básica do casal) e médicos especialistas em reprodução humana, especialmente quando o casal apresenta dificuldades para engravidar.

Desde que seja conduzido e avaliado por um profissional experiente, o exame de espermograma é essencial para determinar a qualidade do sêmen e orientar o médico especialista em reprodução no tratamento da infertilidade masculina.

No entanto, é importante esclarecer que o espermograma deve ser interpretado de acordo com a história clínica do casal. Alterações leves ou mesmo moderadas de alguns parâmetros analisados não significam, obrigatoriamente, que a gestação espontânea não acontecerá.

O diagnóstico do fator masculino como causa de infertilidade deve sempre ser realizado com base na história detalhada do caso, juntamente com os outros exames indicados na investigação do casal.

Histeroscopia: como funciona o procedimento

A infertilidade conjugal pode acontecer por fatores masculinos, fatores femininos ou associação dos dois. Por esse motivo, é recomendada a realização de uma investigação completa, com base em uma série de exames.

No caso das mulheres, o exame de histeroscopia é um exame ginecológico fundamental para identificar alterações uterinas que afetam a capacidade reprodutiva da paciente, embora não seja um exame obrigatório na investigação inicial.

Entenda a relação entre a infertilidade e o exame 

Dentre os fatores femininos que estão associados à infertilidade conjugal, os problemas uterinos têm grande relevância. É o caso dos miomas, dos pólipos, das sinéquias, da adenomiose e dos septos uterinos, por exemplo.

Por essa razão, o exame de histeroscopia está relacionado com a investigação de  infertilidade. A histeroscopia diagnóstica é o exame padrão-ouro para avaliação da cavidade endometrial (camada interna do útero) e tem razões bem estabelecidas para ser indicada. 

Como é feito o exame?

exame de histeroscopia diagnóstica é indicado para avaliação e tratamento de condições uterinas que dificultam a gravidez, tais como:

  • Aderências (sinéquias);
  • Processos infecciosos (endometrites);
  • Pólipos (pequenos tumores benignos do endométrio);
  • Malformações da cavidade uterina (útero bicorno, didelfo e septado);
  • Miomas submucosos (que se projetam para dentro da cavidade uterina).

Neste exame, uma câmera acoplada a um fino tubo é inserida no colo do útero, possibilitando que o médico veja o interior da cavidade. O instrumento utilizado é o histeroscópio e as imagens obtidas são transmitidas em um monitor de tv.

Quando a histeroscopia é indicada?

exame não faz parte da investigação básica da infertilidade. É indicado quando a paciente apresenta sintomas clínicos, principalmente sangramento uterino anormal. Além disso, é indicado quando no exame de ultrassonografia transvaginal suspeitamos de alterações como sinéquias, miomas submucosos ou pólipos. 

Em relação à história clínica do casal, esse exame pode ser solicitado em casos de falhas de implantação ou abortamento de repetição do casal.

Quando na histeroscopia diagnóstica há alterações ou lesões, pode ser indicada a histeroscopia cirúrgica que tem o objetivo de realizar um procedimento terapêutico para corrigir ou retirar alguma lesão ou alteração já identificada previamente.

Histeroscopia diagnóstica

O exame tem como objetivo investigar e diagnosticar alterações e problemas intrauterinos. Para que isso seja possível, realiza a coleta de imagens do útero, do canal endocervical e da vagina e, se necessário, material para biópsia.  Geralmente é realizado no laboratório, sob anestesia ou não, a depender de cada paciente.

Histeroscopia cirúrgica

O exame visa a realização de procedimentos terapêuticos para corrigir algum problema na cavidade intrauterina que tenha sido identificado anteriormente em outro tipo de exame ou pela própria histeroscopia diagnóstica. Esse método terapêutico é realizado em ambiente cirúrgico hospitalar, sob anestesia com sedação.

Trombofilia: riscos para a gestação

A trombofilia é um verdadeiro desafio para mulheres que desejam engravidar ou já estão grávidas. Afinal, a trombofilia na gravidez pode impossibilitar o desenvolvimento saudável da gestação, causando perdas gestacionais de repetição, por exemplo.

Além disso, a condição que pode colocar em risco a vida do bebê e da gestante e afetar a saúde reprodutiva da mulher. Por esse motivo, é fundamental que o diagnóstico seja precoce e que haja acompanhamento médico constante.

Causas da trombofilia na gravidez

Trombofilia é o termo empregado para situações em que existe aumento do risco de formação de trombos, que são coágulos no interior dos vasos sanguíneos. A gravidez é uma condição em que ocorre um aumento natural da tendência de formação de coágulos, pois o organismo da mulher está se preparando para o sangramento que ocorrerá durante o parto, evitando assim que ela perca muito sangue. 

Em paciente que já possuem algum tipo de trombofilia, a tendência de formação de trombos durante a gravidez pode ser ainda maior, podendo levar a sérias repercussões, como abortamentos recorrentes ou obstrução do fluxo sanguíneo em vasos da placenta, causando quadros de insuficiência placentária. Mas, quais são os tipos de trombofilias que podem prejudicar a evolução da gravidez?  

Costuma-se dividir as trombofilias em adquiridas e hereditárias. As adquiridas são provocadas por condições que aumentam o risco de formação de trombos, mas que não estão diretamente relacionadas ao funcionamento de enzimas envolvidas no sistema de coagulação.  

síndrome antifosfolípide é um exemplo de trombofilia adquirida e consiste na produção de autoanticorpos que promovem alterações nas paredes dos vasos sanguíneos, ativando de forma excessiva os fatores de coagulação. Além disso, alguns fatores podem desencadear a trombofilia, tais como:

  • Excesso de peso;
  • Gravidez e puerpério;
  • Doenças oncológicas;
  • Terapias de reposição hormonal;
  • Uso prolongado de anticoncepcionais orais. 

Por sua vez, na sua forma hereditária, a pessoa já nasce com predisposição para o surgimento de trombos. Isto ocorre por alterações genéticas que modificam a função de fatores de coagulação, fazendo com que o sangue tenha maior tendência a coagular, originando os trombos. 

Quais são os sintomas?

Não existem sintomas, pois a condição é apenas uma tendência de o sangue coagular e obstruir vasos sanguíneos. Os sintomas surgem somente quando ocorrem os casos de trombose. 

O diagnóstico é feito por exames laboratoriais solicitados com base na história clínica da paciente, da qual podem fazer parte eventos como: tromboses em membros, acidente vascular cerebral, tromboembolismo pulmonar, abortamentos de repetição, óbito fetal de causa desconhecida e formas graves de hipertensão e/ou de insuficiência placentária em gestações anteriores. 

O que a trombofilia pode causar na gravidez

trombofilia na gravidez pode causar a obstrução dos vasos da placenta, resultando em abortamentos de repetição.  Existem também evidências de que alguns tipos de trombofilia podem dificultar a implantação do embrião no endométrio, levando a falhas de implantação em tratamentos  de fertilização in vitro.

Além disso, mesmo quando o óvulo é fecundado e se fixa na parede uterina, a trombofilia gestacional pode levar a complicações mais tardias. Obstruções vasculares levam a alterações da função da placenta, com liberação de mediadores que podem causar hipertensão materna de gravidade variável, podendo colocar em risco as vidas da mãe e do feto. Além disto, tromboses placentárias prejudicam  a nutrição e oxigenação do feto, podendo  restringir o crescimento fetal. 

Sendo assim, a condição pode causar complicações obstétricas, tais como infertilidade, prejuízos no desenvolvimento fetal, pré-eclâmpsia, prematuridade e perda gestacional de repetição. 

Existe tratamento na gravidez?

Uma dúvida frequente sobre o tema está relacionada ao tratamento da trombofilia na gravidez. No contexto da reprodução assistida, as trombofilias são investigadas quando ocorrem falhas no tratamento de FIV, perdas gestacionais de repetição e histórico familiar. 

De modo geral, o tratamento  é feito com o uso de medicamentos indicados para diminuir o risco de formação de trombos, chamados de anticoagulantes, como a heparina, e antiagregantes plaquetários, como o ácido acetilsalicílico.

Em resumo, é fundamental que as pacientes diagnosticadas ou com histórico familiar de trombofilia que estejam grávidas ou desejem engravidar sejam acompanhadas por um profissional especializado e sigam à risca o tratamento recomendado.

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